De todas as cores
Alagoano, ele poderia ter sido um grande craque jogando futebol, mas, graças aos deuses da bola, o garoto abandonou o meio campo do CSA, time de Maceió. Se o futebol perdeu um bom jogador em potencial, a música ganhou de presente um genial compositor.
Em 1973 Djavan, autodidata do violão – aprendeu observando e com revistinhas vendidas em bancas – foi para o Rio de Janeiro. Lá lançou seu primeiro disco três anos depois.
31 anos após a estréia, com um LP que levou apenas seu nome, ele lançou Matizes, o décimo oitavo trabalho de sua carreira. O disco, que chegou às lojas em setembro passado, contém 12 composições do nordestino. Djavan de músicas inesquecíveis, como Oceano, Flor de Lis, Se e Samurai, mais uma vez nos traz canções com sua marca registrada. Músicas com melodias e harmonias complexas, misturando linhas musicais diferentes, que passam do jazz ao rock clássico, com pitadas de elementos genuinamente brasileiros, como o samba.
O cd começa com a canção Joaninha, música com assinatura e marca autoral do alagoano. Em Imposto, uma bossa, o cantor faz um protesto em prol do cidadão comum, contra os abusos, corrupções, enfim, fatos corriqueiros no país.
Como músicos de apoio, Djavan conta com a mesma banda que o acompanha há dez anos. Nela estão dois filhos do músico: Max (guitarra) e João Viana (bateria). O disco é o terceiro lançamento da recém inaugurada gravadora Luanda Records.
Em Matizes, Djavan tenta misturar toda sua essência musical, como se misturasse as cores das tintas ao pintar um quadro. O alagoano é mais uma pérola vinda do nordeste. Sorte da MPB, azar do futebol.
Músicas
1 – Joaninha
2 – Azedo e Amarago
3 – Mea Culpa
4 – Imposto
5 – Delírio dos Mortais
6 – Louça Fina
7 – Matizes
8 – Por Uma Vida em Paz
9 – Desandou
10 – Adorava me Ver Como Seu
11 – Pedra
12 – Fera
Djavan é uma pérola negra!