TIREM AS CRIANÇAS DA SALA

Eu não fui o tipo exemplar de criança que ficava horas em casa antes [ou depois] da escola vendo tv. Mas minutos eu assumo que perdia tentando me distrair assistindo programas divertidos [se é que era possível], e o que eu não conseguia entender era “porque diabos esse animal de espuma quer que eu repita isso?”Digam o que quiserem, que eram educativos, que estimulavam a aprendizagem, assimilar cores, números, sons e coisas do tipo, mas creio que não precisava ser de uma maneira tão idiotizante. Aquelas músicas não me fizeram saber contar até 5, nem me deram noções de honestidade ou amizade [isso eu aprendi em contato com meus amigos, não abraçando a tv]. Com muito cuidado eu selecionei 3 dos que classifico como MONSTROS DE ESPUMA, muitas vezes fanhosos ou de voz anazalada, que cantavam e pulavam com seus amigos, caíam e dava risada ou queriam muito que eu soubesse a diferença do Verde para o Vermelho.

Em Terceiro lugar, eu lhes [re]apresento os Bananas de Pijamas. A dupla B1 e B2 [que carregava esses nomes estampados na gola do pijama llistrado de azul e branco], vinha descendo as escadas para brincar com seus amigos ursos Teddy ou o Rato de Boné [que, no Brasil, recebeu a mesma voz do Seu Barriga do seriado Chaves]. Eles não mexiam a boca para conversar, era algo muito estranho de se ver, mal se sabia quem estava falando. E também não ensinavam muitas coisas, eram atrapalhados e quase não tinham músicas, apesar de a abertura do seriado ser divertida.

O Segundo lugar eu reservei para a turminha dos extraterrestres coloridos que vinham das colinas distantes brincar com quem ousasse assistí-los. Imagine seu filho de 3 anos repetindo de novo, de novo sem parar diante de qualquer coisa engraçada. Tinky Winky com sua bolsa rosa [personagem questionável], Dipsy com a cartola malhada, Lala com a bola amarela e a [ou o] caçula Pow com o patinete eram muito repetitivos. Hipnotizam as crianças e possuem a hora de dar tchau mais demorada que de namorados ao telefone [duvida?]. A produção da BBC era um refúgio para os pais que iam cuidar de afazeres em outro cômodo longe o suficiente para não ouvir o som da tvenquanto a criança ficava entretida na sala vendo os bonecos com monitores na barriga e chifres diversos.

Divirta-se com os Teletubbies [Muahuahuahuahuahua!!!].

Mas o campeão de músicas e protagonista de um personagem não menos esquisito é o dinossauro-roxo-de gargalhada estravagente, o Barney. “Esta série aborda as quatro áreas principais do desenvolvimento de uma criança: cognoscitiva, social, emocional e física, por meio de temas significativos e relevantes para crianças entre dois e cinco anos de idade”, suspeito já que foi tirado do site oficial. Os amigos jurássicos Baby Bop, BJ e Riff também tentam agradar os filhotes de humanos. O repertório do T-REX [o que eu creio ser, alguma sugestão?] é amplo em cada episório e rendeu boxes e DVDs infantis em vários países. Eu me contento apenas em oferecer a você a música que finalizava os episódios quando todos se amam e se abraçam afetuosamente.

I love you
you love me
we’re a happy family
with a great big hug and a kiss from me to you
wont you say you love me too!

I love you
you love me
we’re best friends like friends should be
with a great big hug and a kiss from me to you
wont you say you love me too!

···

Quem ama, educa. Quem não, eis três boas dicas para seus filhos.

Flashback Balão

Um dos maiores fenômenos de vendagem no Brasil em todos os tempos. Com mais de 10 milhões de discos vendidos, a Turma do Balão Mágico foi criada no inicio da década de 80, formada por crianças, que em pouco tempo alcançaram o status de celebridades nacionais. Esses pequenos artistas eram: Simony, Tob, Mike e, posteriormente Jairzinho e Ricardinho.

O Flashback de hoje embarca nesse balão para falar sobre o segundo disco dessa turminha, que, a exemplo do primeiro, carregou apenas o nome da trupe, que encantou o Brasil e até hoje tem suas músicas lembradas pelos fãs. Lançado em 1983, contava com a música que seria o hino de uma geração: Superfantástico, com participação especial de Djavan.

Além disso, ainda marcaram presença nesse cd canções como Ursinho Pimpão, Ai! Meu Nariz e Amigo e Companheiro.

25 anos depois suas canções ainda são lembradas pelos fãs. Feliz de quem cresceu ouvindo o Balão Mágico, por mais que pareça saudosismo.

Depois dessa temporada Rock, o Estúdio vai abaixar o som porque tem criança dormindo. E aproveitando que ela deixou a hiperatividade de lado para descançar, vamos preparar uma seleção de músicas para depois da soneca.

Esta semana, nós vamos apresentar os músicos que compõem ou interpretam canções feitas para elas, as crianças. As letras educativas da Palavra Cantada, a melodia lúdica da Adriana [re]batizada Partinpim e a sonoridade que deixa qualquer marmanjo com saudade da aurora da vida que os tempos não trazem mais. Até porque, como diria Arnaldo Antunes

… todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu …


Divirta-se, mas não deixe de fazer a lição de casa!

Majestade Rita Lee


É difícil atentar para apenas um disco de Rita Lee Jones, eterna “figura” do Rock nacional. Além de participar de Os Mutantes (antigo Os Bruxos que, mesmo underground, revolucionou o modo de fazer música no país), também levaram o nome da cantora as bandas Teenage Singers (1963), Tulio Trio (1964) e Six Sided Rockers (que tornou-se O’Seis em 65 e depois O Konjunto, gravando as canções “Suicida” e “Apocalipse”) .

Pós-Mutantes, ainda houve parceria com Lúcia Turnbull , com quem forma a dupla Cilibrinas do Éden em 1973, mesmo ano do grupo Tutti Frutti (em que as músicas tornaram-se mais populares).

Então, atentamos para os discos solo da cantora. Rita Lee lançou Build Up em 1970 e Hoje é o Primeiro Dia do Resto de Sua Vida, em 1972, mesmo fazendo parte dos Mutantes. Mas foi graças a Fruto Proibido, de 1975 que ela tornou-se a superstar do Rock nacional. Foram grandes turnês muito bem produzidas – musical e cenograficamente – com o Tutti Frutti.

“Essa coisa engajadinha de passeata anti-guitarra era uma coisa tão imbecil, porque queriam escravizar a música brasileira ao banquinho, violão, pandeirinho. E Tropicalismo é que plantou todas as sementes do que está acontecendo aí hoje, a mistura toda, a misturança axé com pauleira, com bossa, com samba, com tudo”.


Fruto Proibido
(clique na música
para conferir a letra)

Dançar pra não dançar
Agora só falta você
Cartão postal
Fruto Proibido
Esse tal de Roque Enrow
O toque
Pirataria
Luz del Fuego
Ovelha negra

Este é considerado a maior obra do Rock brasileiro. Em entrevista ao Programa Altas Horas (confira na íntegra aqui), a cantora afirmou que, na época, não deixou de fazer Rock, mas chegou mais perto das pessoas.

O Flash Back une-se ao Sobre o Som para falar sobre a carreira solo daquela que é muito qurerida por uns e bastante criticada por outros. Nada diferente do que qualquer polêmico roqueiro.


“Eu faço o que eu quero, se eu quiser fazer Tango, eu faço, eu não tenho que ficar achando que eu tenho que ser coerente”.


O desenho de hoje traz uma Rita Lee que se garante no que faz e não se importa com críticas. Para a Majestade, sempre há cobranças, e é aí que ela mostra a linhagem real em nunca deixar de lado o (sempre) bom e velho (renovado) Rock’n Roll.

Conquista Rock Festival_Princípio Ativo


Mais um do CRF. Princípio Ativo abriu o Festival tocando 14 músicas próprias. Confira o vídeo:

Caneca de chá num amanhecer de inverno

Minuciosamente você toma as decisões
Calculando cada passo
Dilacerando novos corações
Corações
Canções
Todas canções?

O que virá a ser se eu te querer mais?
O que virá a ser se eu te querer mais?
O que virá a ser se eu te querer mais?

Vou te fazer chorar em minha sede de vingança.
Vou te fazer sangrar, perdendo toda a esperança.
Vou te fazer sangrar em minha sede de vingança.
Nem todos as doses apagariam as lembranças.

Agradecimento a Társis Valentim.

Jukebox_Rock

A Juke de hoje vem na cor branca para indicar que o tema Rock na Veia permanece no Estúdio por mais uma semana. Mais sobre Banda Nova, Festival, Pitoresco, História e Opinião sobre o estilo.

Será que o futuro do Rock está no mais tradicional ou na mistura de estilos? Como as bandas nacionais estão se destacando no exterior e como as bandas novas conseguem espaço na mídia?

Você pode mandar a sua opinião e também informações sobre a sua banda. É só comentar aqui ou enviar um e-mail para estudioaovivo@yahoo.com.br, e também sugerir temas para as próximas semanas.

Conquista Rock Festival_Encerramento

Mais uma do Rock conquistense

O Conquista Rock Festival mostrou qualidade e inovação nas apresentações de ontem (20). Sintetizadores e percussão juntaram-se ao som pesado de guitarras, baixos e bateria .

O dia começou com a irreverência do grupo Ladrões de Vinil. Tocando covers nada convencionais e músicas próprias, os integrantes mostraram energia no palco apesar do público começar a chegar em maior quantidade já na metade so show. Durante a semana, você confere um vídeo com a apresentação da banda.

Supercílio trouxe músicas próprias. Sintetizadores e efeitos de guitarra marcaram o show.

Destaque para o ótimo instrumental e as grandes composições em inglês de 1 em Pé 2 Alados, trio que levantou o público com um cover de Led Zeppelin.

O mais diferente a assumir o palco do Festival foi a banda 5 Contra 1, de Poções – Ba. Misturando Baião, Reggae e Rock, com pitadas de um autêntico Samba de raiz, o grupo não dispensou acordes de metal e fez um som dançante, mas não “pesado”.

Excalibur, com 15 anos de estrada, fez um show de despedida do tecladista e do baterista. Tocou covers de Pink Floyd mas valorizou o som nacional: Marina Lima, Cazuza, Rita Lee e Legião Urbana são alguns dos homenageados da noite.

O encerramento do Festival de solidariedade, promovido por Acrock, ficou por conta de Café com Blues, que começou tocando Baião e explorando os metais, gaita, flautas, baixo, berimbau, zabumba e até DJ. São 11 músicos fazendo a festa no palco. O som, que mistura Blues e regionalismos, gerou um CD muito bem produzido musical e visualmente.

No decorrer da semana, o Estúdio ao Vivo continua mostrando os tipos pitorescos do Conquista Rock Festival.

Confira o vídeo da apresentação da banda Liatris:

COnquista ROck FEstival

Rock na veia

Para quem acha que a Bahia é a terra do Axé, a cidade de Vitória da Conquista, no sudoeste do Estado, mostra a força do Rock regional no Conquista Rock Festival.

O que primeiro me surpreendeu foi a iniciativa da organização na aquisição de camisas que valem a entrada para os dois dias de festa: através da doação de sangue (no Hemocentro da cidade) ou de cobertores (adquiridos nas lojas que patrocinam o evento).

A campanha Dou o Sangue pelo Rock mostrou resultado e deve ser seguida como exemplo de solidariedade unida ao lazer. É o verdadeiro “Rock na veia” funcionando como ação filantrópica.

O Estúdio ao Vivo foi conferir o resultado e tirou a prova: cerca de 10 minutos são suficientes para a doação de sangue, um procedimento simples que salva vidas (e isso não é frase clichê). O Hospital de Base da cidade constatou um aumento no movimento de doadores. Espera-se que a galera que participou da campanha mantenha a consciência e continue a doar.

As instituições Casa do Andarilho, Projeto Cristo Liberta, Lojas Maçônica, CREAME (Centro de Recuperação e Amparo ao Menor) e o Presídio Nilton Gonçalves também serão beneficiadas pela campanha.

A organização é do Acrock, por Vitor Freitas e Rony Brito, que prepararam uma programação com o melhor da música alternativa. Ontem, o Festival contou com a participação de Princípio Ativo, Kessler, Rony Voxx. Quem encerrou a noite foi a banda Liatris, que você confere em um vídeo aqui amanhã.

As primeiras 500 pessoas que chegaram à Concha Acústica do Centro de Cultura, local onde acontece o evento, ganharam um cd com músicas das bandas que participam do festival. A promoção vale também para hoje. Confira a programação:

16h Ladrões de Vinil
17h Supercílio
18h 1 em Pé 2 Alados
19h 5 contra 1
20h Excalibur
21h Café com Blues

Bandas Novas_Outros vícios

O Bandas Novas traz um grupo que não tem CD lançado ainda mas começou compondo músicas bem diferentes do que estamos acostumados a ouvir de um trio de batera, guitarra/vocal e baixo.

O Estúdio, que teve acesso ao material já produzido (3 canções), vai acompanhar a evolução da banda e tentar mostrar os passos que os músicos do Rock percorrem desde as primeiras notas na garagem até os palcos.

Ingrid Bahia, William Moreira e Marcos Melo tocam juntos há um ano na cidade de Vitória da Conquista (Bahia). A Outros Vícios, “banda de quarto” que ensaia no cômodo de um dos integrantes, “realiza um projeto alternativo de música” . Apesar da gravação não ser feita em estúdio, as canções têm boa qualidade de produção e muitos efeitos bem programados. Gravação, produção e mixagem são feitos pelos próprios membros da banda.

A melodia lembra os grupos mais undergrounds e traz referências ao melódico Radiohead, aos sonoros Muse e Depeche Mode, além das nacionais Legião Urbana, Los Hermanos, Os Mutantes e Metrô. Tudo muito bem sustentado por Ingrid nas baquetas, pela voz e guitarra de William e os acordes do baixo de Marcos, todos com uma sensibilidade rítmica profissional. Apesar de começarem sem muito conhecimento sobre o processo de composição, eles têm os pés no chão e são antenados com as novas tendências do Rock.

As letras de Outros Vícios são “extravasadas, buscam falar de vários sentimentos, tentando juntar os melhores elementos da música, na concepção da banda”, segundo William. A intenção é proporcionar reflexão e identificação ao público. “Nada que difere das outras pessoas que compõem”, completa.

Como ainda não foram lançadas oficialmente, o Estúdio mostra uma performance cover, em que eles tocam a canção Nude, de Radiohead:

A banda pretende gravar um CD de inéditas e produzir um clipe em animação. Levando-se em conta que eles estão apenas começando, o grupo surpreende. O Rock da Outros Vícios mescla elementos indie (vertente da música inglesa ), pop, progressivo ( elementos complexos, psicodélicos ) e new wave ( sintetizadores ), o que resulta num ritmo inovador que tem tudo para se destacar no cenário musical da região e pelo Brasil afora. A começar por essa boa invasão no Estúdio, que não deixa de abrir oportunidade para grupos de todo o país.

Nos próximos posts sobre a Outros Vícios, o Estúdio ao Vivo atualiza as informações sobre a banda e disponibiliza áudio de composições.

Mande um e-mail para estudioaovivo@yahoo.com.br com informações sobre a sua banda. Ela pode ser selecionada para o Bandas Novas, de acordo com o ritmo da semana.