Dia de “Rockixe”: a vez dos “Fab Four”

Foi de resgate que a banda O Quinto (Viçosa-MG) anunciou que 15 de maio era dia de Rock no palco do Espaço Galpão. Assim soaram os acordes que libertaram a riqueza rítmica do rock rural com Sá, Rodrix e Guarabyra; a mineiridade de Milton Nascimento; os ensaios progressivos de Mutantes e Novos Baianos; o clássico de Jethro Tull; o blues de Cream; o underground de The Beatles.

Do estilo e pegada setentista da bateria de Renan Barcelos à harmonia serena do trio vocal de Vinícius de Paula (guitarra, vocais, gaita), Diogo Moreira (guitarra, vocais, viola de 10 cordas) e Guilherme Castro (baixo, vocais), a abertura do XV Musical Box Alive em Viçosa-MG transformou-se em uma apresentação experimental e melódica. O músico viçosense Paulo Bandeira, que acompanhou o show, destacou a fidelidade ao estilo anos 70, com a mesma energia, a mesma atmosfera.

E mais: a performance dos músicos no palco fez do show intenso e sutil, cumprindo a busca pelo “equilíbrio, onde o som represente de forma sincera e harmoniosa” cada um dos integrantes. Explica-se pelas influências (Led Zeppelin, The Beatles, Mutantes, Jimi Hendrix, Grand Funk) ou pela vivência e convivência de Renan, Vinícius, Diogo e Guilherme. “Hoje a gente passa muito mais tempo junto e isso afeta diretamente o som”. A definição da essência de O Quinto é tão simples e verdadeira quanto o que mostram no palco: “tentamos fazer um som que não traga o gosto de passado. Que seja pra frente, usando sim influências de estilos que já tiveram sua época, mas representando mais o presente!” [Guilherme Castro].

Let me sing, let it be
“É uma homenagem emocionante que a gente faz. Se tiver emoção, pra gente é muito importante”. Assim, Cristhian Magalhães (baixo e voz) anuciou, logo após a passagem de som, o que o público poderia esperar do show de Raulzitles (Belo Horizonte). A expectativa também cercava a banda e tinha como base a apresentação de 2009, durante a 10ª edição do Musical Box Alive. Nas palavras do baterista Bhydhu: “o show que fizemos o ano passado aqui, pra nós foi memorável. Público bom demais, receptivo, cantando as músicas, foi um show muito bom. E eu não tenho dúvida que esse agora também vai ser melhor ainda”. A tradução em palco dos dois fenômenos musicais Raul Seixas e The Beatles também é assinada por Khadhu (violão, voz, guitarra) e Guilherme Bicudo (guitarra, teclados, voz).

A sensibilidade dos multinstrumentistas, que revezam suas funções no palco e se complementam musicalmente, revela um grupo que começou numa brincadeira, há quase 3 anos, pelo prazer de tocar canções do grande nome do rock brasileiro e do Fab Four. Mostra também a experiência com covers do progressivo dos anos 70, do hard rock e do rock nacional, a influência da música clássica e as composições próprias – é o caso dos irmãos Khadhu e Bhydhu, que integram a banda Cartoon.

Com a qualidade vocal, arranjos detalhados trabalhados com intensa pesquisa e improvisos que ditam a energia do show, Raulzitles deixou a certeza de que durante a apresentação encontramos o essencial dos homenageados, mas também de cada um dos integrantes da banda: a pureza e a emoção do rock’n roll.

Agenda
Raulzitles
12 de Junho (Sábado)
Local: Jack Rock Bar
Abertura da casa: 21h
Horário do Show: 00:00h
Av. do Contorno, 5623 – Funcionários
Belo Horizonte – MG
Inf. e reservas: (31) 3227-4510

18 de Junho (Sexta)
Local: Lord Pub
Abertura da casa: 21h
Horário do Show: 00:00h
Rua Viçosa, 263
Bairro: São Pedro -Belo Horizonte/MG
Informações e reservas: (031) 3223-5979

Links
Raulzitles – Comunidade no orkut
O Quinto – Perfil no orkut

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Agradecimentos

Aos produtores do Musical Box Alive, Breno Carvalho e Carlos Marques, pela parceria e apoio.
Aos músicos das bandas O Quinto e Raulzitles, pelas entrevistas e pela atenção.

Zé Pelin: detalhe original

Desde 2003, o intuito de Zé Pelin em homenagear Led Zeppelin evoluiu para um trabalho mais do que performático: o show é de uma energia excêntrica e carrega a musicalidade autêntica da banda dos anos 70 unida à experiência e essência de cada um dos integrantes belorizontinos.

O início dessa “volta aos tempos áureos dos anos setenta” partiu da parceria entre o vocalista Thiago Cruz (que canta desde os 16/17 anos e amplifica os timbres da MPB, do Jazz e do Blues) e o guitarrista Júlio Cézar (que iniciou a carreira com Rock nacional, passando pelo Blues e 70’s Rock). O trabalho desenvolvido há quase sete anos, e hoje com formação que inclui Ricardo Elias na bateria e Ricardo Campos no baixo, é referência no segmento musical de bandas covers em Minas Gerais.

Mas como a banda se revela além dos palcos? Confira entrevista concedida ao Estúdio ao Vivo durante a 14ª edição do Musical Box Alive.

Participação em Festivais
Thiago Cruz · Na verdade, em Festival a gente nunca foi muito de tocar. Festival em Minas Gerais sempre tem muito, quando não é o cunho só cover, tem um cunho de abrir espaço para bandas independentes.

Eu acredito que se for olhar pelos Festivais que a gente tocou, acho que o primeiro foi quando a gente decidiu que ia tocar Led Zeppelin. Foi assim: a gente ensaiou algumas poucas vezes, surgiu o Festival, eu ia apresentar uma música minha. Não deu tempo apresentar essa música, tocamos só músicas do Led Zeppelin que a gente tinha tirado. Foi o tempo que a gente teve lá. A galera gostou, a gente falou “poxa, legal, vamos continuar, por que não?”.

Júlio Cézar · Já rolou da gente tocar em Festivais como banda convidada, às vezes para abrir a noite, para fazer algo no Festival. A gente acha muito legal o som autoral. A gente gosta do Led Zeppelin, do som de 70, mas a gente dá maior valor para quem curte som autoral. Mas rolava meio aquele climão, porque a gente chegava pra tocar Led, a galera toda explodia.

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Teto Azul: Blues e Baião para Viçosa

Durante as últimas semanas, foi anunciada a vinda a Viçosa (MG) de um do maiores instumentistas do Brasil, com trabalho reconhecido internacionalmente não só pela qualidade técnica e dinamismo com a gaita, mas pela inovação rítmica em composições que extrapolam o Rock tradicional.

Jefferson Gonçalves e a banda composta por Kléber Dias (voz, guitarra, dobro, violão de 12 cordas e bandolim), Sérgio Velasco (Guitarra, Marimbal, dobro, violão de 6 cordas, Lap Steel e vocal), Fábio Mesquita (baixo), Anderson Moraes (Bateria e Percussão) e Marcos Arruda (percussão, substituindo Marco B.Z. para este show) se apresentaram sexta-feira (07/12) como atração do Musical Box Alive XIII.

Jefferson Gonçalves, Anderson Moraes e Kléber Dias

No palco, a interpretação impecável de covers e músicas próprias que mesclam ritmos originários da cultura nordestina com Blues, Country e Folk. No público, a surpresa e a admiração de cerca de 300 pessoas que prestigiaram um show que, nas palavras do produtor Carlos Marques (responsável pelo Musical Box, junto a Breno Carvalho), fica marcado na história do Espaço Galpão.

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Delírio sem febre

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Em um misto de lembranças e presença marcante, quem assistiu ao show do grupo Nem Secos, na noite do último sábado, sentiu a energia transbordada pelos rostos pintados, pelos detalhes gestuais e expressões escancaradas no palco.

Mais do que reviver a poesia de Secos e Molhados, o grupo traz uma nova identidade e arranjos próprios para canções consagradas. Tudo com uma pitada de espontaneidade, prazer e emoção.

Após três vindas a Viçosa-MG (2003, 2007 e 2008), o grupo Nem Secos se apresentou novamente na cidade no último sábado, dia 19 de setembro, no espaço Galpão. A iniciativa do show partiu do Projeto Musical Box Alive, em sua 11ª edição, que também trouxe The Teddies com interpretações de The Beatles e outros clássicos britânicos.

Vindos de Belo Horizonte, os integrantes do Nem Secos acabavam de chegar a Viçosa e estavam no Galpão, por volta de sete horas da noite, realizando os últimos ajustes para o show.

Já na passagem de som, enquanto esperávamos pela segunda entrevista do grupo ao Estúdio ao Vivo (a primeira, realizada em 2008, você confere aqui), a afinação das vozes e a equalização dos instrumentos prometiam uma grande performance – assistida horas depois por um público de cerca de 550 pessoas.

Após rápidas interpretações, Pablo Cardoso (vocal), Carlos Wagner (guitarra) e Carlos Linhares (baixo e vocal) nos receberam para falar um pouco sobre os novos integrantes, o espetáculo da noite e os projetos do grupo. Continuar lendo