Um presente para Elis … e para Tom

O que acontece quando dois fenômenos da MPB resolvem se juntar na gravação de um disco? O resultado de um desses encontros foi conhecido há mais de 30 anos, quando Elis Regina e Tom Jobim gravaram ‘Elis e Tom’, em 1974, reconhecido internacionalmente algum tempo depois como um dos 10 melhores álbuns da história da música.

Elis era gaúcha da capital do Rio Grande, de onde saiu ainda menina. Jobim, um carioca da gema, apaixonado por sua terra. A guria era valente e, dotada de voz inconfundível, cantava em romaria e prece. O rapaz era boêmio , maestro das noites cariocas e das garotas de Ipanema. Ela era do povo e o povo era dela. Ele era da bossa e a bossa era dele. O que ambos têm em comum é a genialidade. A genialidade do compositor Tom e a da intérprete Elis.

Os dois ícones da nossa música popular se reuniram para gravar Águas de Março, do próprio Jobim, para o disco Elis, em 1971. Tom não pestanejou em comentar a interpretação da gaúcha: “Elis, nem Frank Sinatra faria melhor!”. Quando perguntada por executivos da Philips, gravadora com a qual completara dez anos de contrato, sobre o que queria de presente, Elis também não exitou em dizer que queria gravar um disco com músicas de Tom … com Tom.

O carioca, na época, morava em Los Angeles, nos Estados Unidos, e não poderia voltar para o país para gravar o projeto da cantora, mas Elis fez as malas e, ao lado do marido César Camargo Mariano e outros músicos que também participariam das gravações, viajou até a Califórnia. Foram recebidos numa manhã chuvosa por um Tom Jobim de pijamas, pantufas, uma rosa vermelha na mão e uma lista de 20 músicas.

O álbum é composto por um conjunto de 12 pequenas obras primas compostas por Tom e alguns de seus parceiros, como Vinícius de Moraes. Mais do que músicas, o disco contém peças que se encaixam perfeitamente. Além de Águas de Março, estão presentes canções eternizadas como Corcovado, Retrato em Branco e Preto, Por Toda a Minha Vida e Só Tinha de Ser Com Você. Esse ano o disco foi remasterizado e lançado em cd, ganhando ainda duas faixas bônus, não lançadas no original: Chovendo na Roseira e Inútil Paisagem.

Infelizmente hoje já não somos brindados com novas doses do talento desses dois mitos da música brasileira. Elis morreu jovem, aos 36 anos, vítima de overdose, em 1982. Tom faleceu 12 anos mais tarde, quando morava em Nova York, aos 67 anos. Apesar de não estarem mais entre nós, deixaram como legado o maior disco da história da MPB: Elis e Tom.

A Raiz

 

Nelson Rodrigues criticou a postura do povo brasileiro no fim da década de 50 usando a expressão “Complexo de vira-latas”. O Brasil necessitava de identidade e de acabar com o complexo de inferioridade que trazia consigo quando se comparava com os outros países do mundo, principalmente a seleção brasileira de futebol, tão criticada por Nelson.

A seleção venceu as Copas de 58 e 62 e, a partir de um conjunto de acontecimentos, a atitude do povo brasileiro também começou a mudar. No início da década de 60 vários ícones surgiram no nosso país, entre eles: Oscar Niemayer, JK, Maria Ester Bueno, Pelé e Garrincha. Uma nova capital – Brasília – foi construída e entramos nos chamados Anos de Chumbo, com o golpe militar de 1964.

Sob essa efervescência social e cultural, a música brasileira, que também carecia de identidade, conheceu uma revolução sem precedentes. Nessa época surgiram alguns dos mais importantes movimentos musicais brasileiros da história: a Bossa Nova, a Jovem Guarda e a Tropicalismo, que trouxeram artistas como Tom Jobim, Regina, Roberto e Erasmo Carlos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Geraldo Vandré.

Foi nesse período que surgiram os Festivais de Música Popular Brasileira. O primeiro foi organizado pela TV Excelsior, em 1965. As torcidas pelas músicas beiravam o fanatismo religioso e acabavam por intimidar alguns concorrentes. Dois anos depois da estréia na Excelsior, a TV Record realizou o que talvez tenha sido o mais marcante dentre todos os festivais. O III Festival de Música Popular Brasileira, teve como vencedora a música Ponteio, de Edu Lobo, que havia vencido também o primeiro festival. Apesar da consagração do músico, outros fatos foram tão relevantes, ou mais, dentro do Festival quanto o próprio vencedor.

Dois personagens tiveram destaque durante o festival. O primeiro foi Gilberto Gil, que introduziu a guitarra elétrica no país ao tocar Domingo no Parque na companhia dos Mutantes. A música terminou em segundo lugar e as vaias se transformaram em aplausos no decorrer da música. Já Caetano Veloso, que tocara ‘Alegria, Alegria’ e teve a presença instrumental dos argentinos do Beat Boys, ficou em quarto. Apesar de não terem vencido, Gil e Caetano deram o pontapé inicial, naquele festival, no que viria a ser o Tropicalismo. Alguns outros nomes importantes da música brasileira ganharam notoriedade a partir desse festival como Renato Teixeira, Martinho da Vila e Gal Costa.

É fato que, a partir da década de 60, a música no país ganhou uma roupagem brasileira e deu sustentação para que se tornasse um produto nacional valorizado pelo povo. “Vem vamos embora que esperar não é saber/Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, da canção Pra Não Dizer que Não Falei Das Flores, de Geraldo Vandré, é um exemplo de como a MPB nascia engajada com o anseio popular. As músicas passaram a criticar, exaltar e a serem usadas de instrumento contra o regime que se instalava, mesmo com a ameaça da repressão.



Velotrol

“Surgiu num churrasco na minha casa. Estávamos eu e o Elvis lá conversando. Ele já estava bem tonto e eu tinha começado a aprender guitarra – e ainda estou aprendendo, tenho que estudar muito ainda. Daí ele disse: vamos montar uma banda?!”. Assim Vinícius Morais contou ao Estúdio ao Vivo como foi idealizada a belohorizontina Velotrol que – depois do comum vai-vém de integrantes até que um grupo se consolide – há um ano se mantém com a formação: Daniel Melo (bateria), Elvis Krause (voz), Vinicius Morais (guitarra e vocais) e Vinícius Marques (baixo e vocais).

A primeira apresentação aconteceu em uma calourada universitária. A programação da festa contou ainda com Skank e Jota Quest (em início de carreira). Sentindo “bacana a resposta do público”, a banda, que começou como Back to Life, decidiu prosseguir com a proposta de tocar clássicos do rock mundial. Várias apresentações depois da estréia, um amigo sugeriu a mudança do nome para Velotrol.

“Fomos fazer o primeiro show como Velotrol. Eu, muito ansioso, fiquei lá fora pra saber a perspectiva da galera. Aí eu perguntei pro segurança:
– Que banda vai tocar aí hoje?
– Banda Velotrol.
Aí um outro falou assim:
– Nossa! o que eles tocam? Sítio do Pica-pau Amarelo?”
Mal sabia o segurança que Velotrol carregava no repertório clássicos de Pink Floyd, Led Zeppelin, The Doors e Beatles.

···

CD
A banda convidada a encerrar o II Festival de Bandas Nico Lopes está em processo de composição de músicas para, em breve, a gravação do primeiro CD. “Estamos conversando com alguns compositores lá em Belo Horizonte também, como Maurinho Nastácia e Wilson Sideral“.

Estilo
“Nós fazemos releituras. […]Tocamos as músicas do nosso geito. É o Vinícius tocando baixo igual Pink Floyd, o Vínicus tocando guitarra do The Who, o Elvis cantando John Coker e o Daniel tocando The Doors, por exemplo”.

No palco
“A gente está feliz, os quatro, se divertindo. Sem diversão, vira só trabalho, daí acaba a magia. Eu olho para cara deles e está todo mundo rindo. A gente está se divertindo e trabalhando também. Está levando a coisa a sério. [O que o Velotrol] pretende fazer é levar a alegria que a gente sente no palco para a galera de quem está curtindo”.

Jacu’do Blues

“Toque blues com o espírito Jacu”. Assim o grupo venceu o II Festival de Bandas Nico Lopes. Confira o perfil de cada integrante:


Guilherme “Batata” (guitarra) e Mateus “Balão” (bateria)
Idealizadores da banda que começaram a procurar integrantes para “fazer um som”.
Influências:
Jimmy Page (Led Zeppelin), Steve Vai, David Gilmour, Jimi Hendrix.
John Bonham (Led Zeppelin), Mitch Mitchell (The Jimi Hendrix Experience).

Lúcio (contra-baixo)
Vizinho que ficava no canto dele ouvindo som, mas quando o grupo “começava a tocar, ele começava a tocar de lá também pra competir”. Lúcio, então, foi convidado a fazer parte do grupo.
Influências: Nico Assunção

Tiago “Chumbinho” (voz)
Enquanto o grupo fazia um blues no “palco livre” durante um churrasco, começou a tocar gaita e foi convidado a integrar à banda.
Influências: Voz · Mick Jagger, Zeca Baleiro, Cazuza e Eddie Vader.
Gaita · Little Walter.

Janmson “James” (teclados)
Foi apresentado a Balão no supermercado. O tecladista “veio com a cara de jacu” e “combinou com a banda”.
Influências: Jimmy Smith, Johnnie Johnson, César Camargo Mariano.

Fist In Nail

Anderson Silva · Bateria
Guilherme Castro · Baixo
Guilherme Topz · Guitarra
Rafael Rubinger · Guitarra
Mixel · Vocal

Em 2004, cinco amigos se juntaram para tocar “metal pesado” internacional. Dois anos depois, o grupo gravou duas canções próprias de forma independente e se inscreveu no I Festival de Bandas Nico Lopes. Com a primeira colocação no Festival, a banda ganhou o direito de gravar num estúdio de BH.

A canção Insignificant Cicle foi a primeira gravação profissional. Logo depois, veio No Self Control, e uma nova versão de Blame. As três fazem parte do demo lançado recentemente.

Fist in Nail, que já possui seis composições próprias, prepara-se agora para a gravação do primeiro CD. Mesmo com falta de apoio financeiro e estrutural, a banda esteve no Festival de Bandas Novas de Juiz de Fora e foi convidada a tocar no Blue Metal Fest em Vila Velha (ES).

Alunte

Maicou · baixo e vocais
Eloah · voz
Capô · flauta e vocais
Alan · guitara
Renan · bateria

Com apenas duas semanas de formação, Alunte é mais que uma “palavra nova que dispensa explicação”. É um grupo que se propõe a tocar o que gosta, mesmo que canções desconhecidas do grande público. “São músicas independentes, que fazem parte de épocas, e não de estilo”. O nome da banda faz referência à canção Linguagem do Alunte, de Novos Baianos.

Influências: Secos & Molhados, Novos Baianos

Ferro na Boneca

Maicou · baixo e vocais
Mateus · percussão
Melão · pandeiro
Pity · voz e violão
Capô · flauta e vocais

Formada em 2006 para tocar samba-rock, o grupo “power-trio-acústico” (pandeiro, violão e flauta) consolidou-se no I Festival de Bandas Nico Lopes. A partir daí, tocaram em diversos eventos de Viçosa.

Hoje, Ferro na Boneca (nome de uma música de Novos Baianos) conta também com percussão e baixo. “Isso deu mais peso, mais pressão no som pra esse Festival”, diz Capô. “A gente tá tocando pra se fazer feliz e pra fazer os outros felizes. A gente quer se sentir bem, se sentir à vontade, sentir que está se divertindo e que está surtindo efeito em quem está lá embaixo, fazendo uma energia todo mundo junto”.

Influências: Jorge Ben, Los Hermanos, Novos Baianos, Alceu Valença, Toquinho, Vinícius de Moraes, Tom Jobim.

Em 1981, os cariocas do Barão Vermelho se juntaram com a proposta de tocar rock’n roll . Um ano depois, Cazuza assumiu o vocal da banda, que gravou o primeiro LP Barão Vermelho.

Pro Dia Nascer Feliz (do disco 2) e Beth Balanço (Maior Abandonado) foram os primeiros grandes sucessos do Barão. Em 1985, o grupo participa do Rock In Rio. No mesmo ano, Cazuza se despede para seguir carreira solo, enquanto Fernando Magalhães e Peninha passam a ser os novos integrantes.


Com 15 CDs lançados, o Barão Vermelho tem formação atual de Fernando Magalhães (guitarra), Peninha (percussão), Guto Goffi (bateria), Roberto Frejat (guitarra e voz), Rodrigo Santos (baixo) e participação especial de Maurício Barros (teclados).

Em agosto de 2005, o Circo Voador foi palco da gravação do primeiro DVD do Barão, como parte do projeto MTV ao Vivo.

Sérgio Siqueira estava lá. Ele é fã do grupo e acompanha a carreira desde os 4 ou 5 anos de idade. “Na época não entendia as letras, era muito novo, gostava mesmo era do som”. Sérgio conversou com o Estúdio ao Vivo e inaugura a sessão Fã de Carteirinha, que você acompanha todos os sábados.

Destaque
O que faz do Barão uma banda diferente das demais de sua geração, seria principalmente o fato da mesma se manter em atividade durante todos esses anos. Enquanto inúmeras outras surgiram e desapareceram nesse mesmo período, o Barão sempre conseguiu manter o seu espaço consolidado e vem se adaptado muito bem as mudanças do mercado fonográfico.


Ser fã de algo ou de alguém é uma coisa muito complexa. Geralmente nos aproximamos mais de algo porque tem a ver com a gente. E foi justamente por isso. Sempre achei que o som e as letras do Barão tinham uma química muito boa com a minha personalidade, formando uma corrente de idéias que muitas vezes eram de acordo com as minhas opiniões e visões em relação aos fatos.

Clube
Nunca participei de nenhum fã-clube. Mas ultimamente com o surgimento do orkut, acabei conhecendo várias pessoas que gostam da obra da banda, e acho muito saudavél isso. É maravilhoso poder trocar idéias com pessoas que têm um gosto musical semelhante ao seu.

Shows
Já fui em muitos, não tenho idéia de um número aproximado, mas todos foram sensacionais. E pretendo ir a inúmeros outros. Um show do Barão Vermelho é algo muito emocionante para quem é fã, a adrenalina que rola é algo mágico e inesquecível.

Proximidade com os ídolos
Bom, é muito legal esse tipo de experiência. Eu moro no Rio de Janeiro, uma cidade que possui um cenário cultural bem forte, o que acaba facilitando pois acontecem inúmeros shows do Barão e de outros artistas importantes para a música brasileira. Você acaba ficando bem próximo dos grandes eventos, coisa que acontece em menor proporção em outras regiões do país.

Sérgio Siqueira é historiador pela Universidade Gama Filho (RJ) e dono da comunidade no orkut Fui no show do Barão Vermelho.

Encerrou ontem o II Festival de Bandas Nico Lopes, promovido pelo Diretório Central dos Estudantes, Centros e Diretórios Acadêmicos da UFV.

Durante toda a semana os jurados selecionaram 4 bandas para compor os shows da grande final. Foram 16 grupos que se apresentaram no Galpão concorrendo aos prêmios:

1º colocado · Gravação de duas músicas no Estúdio Caraiva, em Juiz de Fora;
2º colocado · Uma guitarra;
3° colocado · Kit com acessórios de instrumentos.

Resultado Final
O grande vencedor da final do Festival foi a banda Jacu’do Blues, formada por Chumbinho (Thiago) nos vocais e gaita, Batata (Guilherme) na guitarra, James (Janmson) nos teclados, Lucinho do Malabares (Lúcio) no baixo e Balão (Mateus) na bateria.

O grupo toca há apenas um mês e tem como diferencial a experimentação instrumental e a apresentação performática do vocalista.

Segundo a banda, a proposta é “tocar blues e rock aliado ao estilo Jacu e trazer mais rock pro rock-nosso-de-cada-dia”.

O grupo Fist in Nail , campeão do ano passado, garantiu a 2ª colocação. Alunte, que tem apenas duas semanas de formação, ficou em 3°.

A partir de amanhã você confere um perfil completo da vencedora Jacu’do Blues e das outras 3 bandas participantes da final do Festival.

Depois do sucesso com a turnê do MTV, os Engenheiros do Hawaii optaram por um novo trabalho em formato ao vivo e acústico. Os dois shows realizados para a gravação do CD aconteceram nos dias 30 e 31 de maio de 2007 no Citibank Hall em São Paulo. Depois de 4 meses de trabalho de produção nos estúdios da Universal Music, Novos Horizontes chegou às lojas no início de outubro.

O repertório varia na mesma medida entre inéditas e regravações selecionadas de sucessos que acompanham o EngHaw desde o primeiro disco, Longe Demais das Capitais. Os ouvidos desatentos, que julgam este CD uma ‘continuidade’ do acústico de 2002, deixaram de perceber uma mudança ousada de Gessinger na harmonia das letras. O músico adotou um estilo ‘desplugado’ ao substituir a guitarra elétrica pela viola – instrumento pelo qual se apaixonou durante shows realizados em Minas Gerais há 2 anos.

Novos Horizontes vem acompanhado do DVD dos shows de gravação. Além das 18 músicas do CD, os fãs podem acompanhar making of, entrevistas e vídeos demo de Gessinger de 5 músicas novas gravados no final do ano passado em fase de pré-produção do disco.

Convidados
A boa sintonia entre os Engenheiros e os convidados especiais denuncia a intimidade deles com os integrantes do grupo gaúcho. Clara Gessinger fez duo com o pai nas músicas A Onda e Parabólica. Carlos Maltz, fundador da banda em 1986 ao lado de Humberto e Marcelo Pitz, voltou à bateria do EngHaw – posto que ocupou por 10 anos – com participação na música Cinza.


Repertório do CD
01.
Toda Forma de Poder
02. Vertical
03. Guantánamo
04. A Montanha
05. Quebra-cabeça
06. No Meio de Tudo, Você
07. Não Consigo Odiar Ninguém
08. Cinza
09. Coração Blindado
10. A Onda
11. Parabólica
12. Faz de Conta
13. Novos Horizontes
14. Alivio Imediato
15. Simples de Coração
16. Piano Bar
17. Luz
18. Pra Ser Sincero

O Festival de Bandas Nico Lopes acontece desde o dia 22 deste mês em Viçosa. Foram 16 bandas classificadas para se apresentar no Galpão e 4 selecionadas para a grande final que acontece hoje no Espaço Multiuso da Universidade Federal de Viçosa.

O show de hoje terá a participação da banda Velotrol, de Belo Horizonte.

Saiba mais sobre os finalistas (por eles mesmos):

Alunte
Grupo formado por universitários com idéias musicais semelhantes e desejo de experimentação sonora. Formado há cerca de três semanas, o Alunte é fruto de conversas sobre músicas e da vontade de apresentar um repertório muitas vezes desconhecido. “Estamos na linguagem do Alunte”.

Ferro na Boneca
A banda é formada por amigos que se juntaram para tocar saba-rock. A partir do Festival de Bandas Nico Lopes 2006, o grupose consolidou e tem tocado em diversas festas e eventos em Viçosa. A idéia é transmitir alegria através do ritmo dançante.

Fist in Nail
Começou em 2004 e desde então tem buscado um som cada vez mais pesado e autêntico. As letras falam da realidade paranóica em um mundo caótico, acompanhadas de um metal psicótico. Vencedora da última edição do Festival, a banda lança sua demo neste final de ano.

Jacu’do Blues
Formada recentemente por estudantes da UFV, a banda já se apresentou duas vezes na noite vçosense, trazendo muito rock’n roll. O nome da banda procura definir seu estilo (o toque do blues aliado ao estilo jacu).

Para encerrar o Festival, a Banda Velotrol vem de Belo Horizonte trazendo o melhor dos clássicos do Rock n’Roll. Com Daniel Melo (bateria), Vinicius Morais (guitarra e voz), Elvis Krause (vocal) e Vinicius Marques (baixo e voz) os velotras pedalam ao som de Pink Floyd, Led Zeppelin, Rolling Stones, Beatles e Creedance.

·········
Acompanhe neste fim de semana a cobertura completa da final do II Festival de Bandas, promovido pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Viçosa.

Além de entrevistas com os vencedores, você confere fotos, vídeos e tudo o que rola nos bastidores do Festival.

Entrevista – Cachorro Grande

Gabriel Azambuja, baterista da banda Cachorro Grande, concedeu ao Estúdio ao Vivo uma entrevista exclusiva, durante sua viagem de São Paulo a Porto Alegre, falando sobre a banda e o cenário musical no Brasil.

Rótulos

Ao falar que o “Rock Gaúcho” foi um ícone, parece que todas as bandas do sul fizeram um grande sucesso. O Rio Grande do Sul tem muitas bandas de rock, todas elas bem diferentes umas das outras. A diferença daqui é que nosso interior do estado tem capacidade de sustentar essas bandas. Uma banda pode se sustentar a vida inteira tocando só no interior do estado, sem concorrência ou problema algum. Basta fazer um trabalho decente. Porém, isso não traz visibilidade alguma para o resto do país, evitando que ela cresça.

Nos anos 80, esse termo foi inventado aqui no sul por causa da onda Cascavelletes e TNT (acredito que nem Flávio Basso nem Charles Master gostem desse título), mas isso não se espalha pro resto do Brasil, na verdade até atrapalha as bandas em certos aspectos. Imagine você tendo um trabalho de blues em Recife e vai tocar em São Paulo, daí é anunciado como “banda de mangue beat”. Esse tipo de rótulo atrapalha na hora em que uma banda tenta a vida fora do seu estado de origem.

A Cachorro Grande é uma banda gaúcha de rock n’ roll, não somos rock isso nem rock aquilo. Temos o maior orgulho de ser e dizer que somos gaúchos, mas nunca fomos e nunca seremos uma banda de “rock gaúcho”.

Oportunidades

Eu acredito que realmente as bandas boas, que a gente gosta, não têm o seu devido lugar ao sol. Não são todas, hoje em dia existem bandas brasileiras muito boas fazendo sucesso aqui no país e lá fora também. São poucas, mas existem.

Eu culpo, além das gravadoras (que a cada dia estão mais falidas e sem espaço), o grande publico, que se limita a ver só o que é imposto a eles pela grande mídia. Apesar disso, com a baixa das gravadoras e a alta dos downloads, fica cada vez mais fácil para as bandas mostrarem o seu trabalho para o país todo. Basta fazer um trabalho decente.

Dificuldades

Acho que as dificuldades são as mesmas para todas as bandas que estão iniciando, ou já estão na ativa há algum tempo. O que mais prejudica é a falta de estrutura em casas de show de médio porte, o preço dos ingressos, o preconceito, o jabá em algumas rádios que tocam rock e a dificuldade de se locomover de um lugar para o outro. No mais, tiramos de letra.

Momento marcante

Esse mês nós chegamos à marca de 18 capitais dentro do Brasil, juntando as turnês dos quatro discos. Foi muito marcante tocar no Piauí, em Tocantins e ver muitos fãs nossos cantando todas musicas, inclusive as do disco novo. Coisa que, em qualquer outra capital, só acontecia depois de um ano de turnê. Fantástico!

Com Nando Reis no Estúdio Coca Cola

O Nando é uma cara do qual sempre fomos muito fãs na época dos Titãs. Ao conhecer o cara, você vê que ele é fora de serie. Muito fã dos Beatles, como a gente. Ele e Os Infernais têm tudo a ver com a gente. Por isso, dividir o palco com eles foi quase que natural. Pode-se dizer que falamos a mesma língua quando estamos dentro ou fora do palco. Por esses dias, dividimos novamente o palco no Ceará Music e foi, no mínimo, perfeito.

Engana-se quem acha que o rock n’roll brasileiro morreu. Até mesmo quem pensa que ele se encontra em estado grave, não está certo. Depois de ser deixado de lado pela mídia por quase uma década, após o boom do axé, do sertanejo e do pagode nos anos 90, o rock volta com força total.

A banda Cachorro Grande, uma das grandes responsáveis por isso, nasceu no Rio Grande do Sul em 1999, e traz como integrantes Beto Bruno (vocalista), Marcelo Gross (guitarra), Gabriel Azambuja (bateria), Pedro Pelotas (teclado) e Rodolfo Krieger (baixista).

Com claras influências do rock britânico – de Beatles a The Kinks – e dos Mutantes, já somam quatro álbuns lançados. O primeiro deles Cachorro Grande, de 2001, foi uma produção independente. O disco As próximas horas serão muito boas, depois de ser desprezado por algumas gravadoras, foi encartado na revista do cantor LobãoOutracoisa – e alcançou grande público em todo país.

Pista Livre (2005) foi o primeiro trabalho sob contrato com a gravadora Deckdisc. O terceiro cd da banda gaúcha, além de aproximá-la do Mainstream, foi mixado no lendário Abbey Road, templo sagrado da música. Um dos magos da masterização, Chris Blair, foi o responsável pela mixagem. Além disso, ainda contou com a participação especial de Lobão na faixa Agora Eu Tô Bem Louco. O movimentado ano ainda traria a participação do grupo no Acústico MTV – Bandas Gaúchas.

Em maio desse ano, chegou às lojas o mais recente trabalho da Cachorro Grande: Todos os Tempos. Fugindo do modo convencional, a banda gravou, praticamente todo o CD, ao vivo dentro do estúdio, como se estivessem no palco de um show.

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