A Nova Diva do Soul

Olhar meigos, um rosto angelical e uma voz que consegue estremecer as estruturas por onde soa. Essa é Joss Stone, a nova diva da Soul Music. Com 16 anos, em 2003, a garota lançara seu primeiro álbum, The Soul Sessions, que lhe rendeu comparações com uma das maiores divas da black music americana, Aretha Franklin.

Demonstrando uma maturidade vocal acima dos padrões, Stone lançou esse ano o seu terceiro cd: Introducing Joss Stone, pela Virgin Records. O disco conta com 14 faixas e com a participação de Lauryn Hill. Aos 20 anos, a inglesa faz uma viagem musical pelo R&B, visita o blues raiz em Girl They Won’t Believe It, mas o que prevalece é mesmo o funk. Inclusive, do estilo imortalizado por James Brown veio o primeiro single: Tell Me ‘Bout It.


Em quase todas as faixas de Introducing Joss Stone, a cantora parece cantar diretamente para o ouvinte, usando toda sua sensualidade vocal, como se fizesse um show particular. O trabalho vem para consolidar Joss como um dos maiores nomes do soul atual e também para nos dar grandes amostras de seu talento.


Brasil dos anos 60. Explosão de influência do rock britânco e das novas tendências musicais que estouravam nas rádios norte-americanas.

James Brown passou a ser ídolo e fonte de inspiração para nomes como Jorge Ben Jor e Wilson Simonal. Mas uma figura de voz grave, despojamento e personalidade ora irreverente, ora sisuda, se destaca no estilo Black: Sebastião Rodrigues Maia, o Tim.

Com passagem pelos EUA em fins da década de 50, Tim Maia trouxe na bagagem de volta ao Brasil o melhor do estilo Soul. Estorou em 1969, ao gravar uma composição própria em dueto com Elis Regina (These Are The Songs).

Um ano depois, a voz inconfundível do cantor alcançaria sucesso com o primeiro CD Em Pleno Verão. Eram músicas próprias e gravações de Luís Wanderley, João do Vale e Genival Cassiano – este último outro destaque na composição Soul abrasileirada.

No quinto grande festival da canção, em 1970, Toni Tornado colocou todo o suingue na voz e garantiu a primeira colocação da música BR-3, de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar.

A década traria, ainda, um baiano que não cantava apenas a MPB tradicional. Hyldon trouxe Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda, homônima ao primeiro CD, que é hit ainda hoje.

Do Soul ao funk

Paulo Diniz, Gerson King Combo, Carlos Dafé, Robson Jorge e Miguel de Deus. Você já ouviu falar nesses nomes? Pois grave aí: são os grandes precursores do ritmo mais suingado, dançante e cheio de batidas que originou o funk atual. Lembra-se do James Brown? Se ele fosse brasileiro, estaria nessa turma.

Mas esse som não era apenas dos subúrbios, nem do Rio ou de São Paulo, e sim, do Nordeste. Pernambuco, Bahia… As influências da cultura nordestina garantiam ainda mais versatilidade aos músicos.

Era década de 70 e a MPB também se aproveitava do som diferente e contagiante vindo do funk-soul. Marcos Valle, Jorge Ben Jor, Bebeto e Trio Mocotó, até mesmo Ivan Lins arriscou os primeiros passos pelo estilo.

O samba foi incorporado de vez com o movimento chamado Black Rio, que tinha como proposta a afirmação da negritude. A Banda Black Rio ganhou destaque até na Inglaterra.

Mas chegou um momento em que o funk predominou e as composições deixaram de ser tão experimentais pra seguir o padrão que rege o mercado musical ainda hoje. Tudo começou com As Frenéticas, mas ainda havia espaço para surpresas como Gilberto Gil e Lincoln Olivetti, que investiram um pouco mais na mistura pop-funk-MPB.

Em meio ao pop-rock dominando o cenário musical dos anos 80, Sandra de Sá veio como revelação. Hoje, é a figura feminina mais lembrada do estilo.

90’s

Ed Motta começou cedo. Dezesseis anos, gravou o primeiro disco Ed Motta & Conexão Japeri. O segundo, Um Contrato com Deus, acompanhado apenas de baixo. Além do tio Tim Maia, uma viagem a Nova Iorque trouxe outras influências, mas ele desenvolveu um estilo próprio. De um lado, muito jazz; de outro, popular. Resultado: música elaborada ao alcance do grande público.

Daí pra frente, Fernanda Abreu e Lulu Santos (com carreira já amadurecida) completam o cenário carioca. João Marcelo Bôscoli e Pedro Camargo Mariano (filhos de Elis Regina), Maurício Manieri e Max de Castro (filho de Wilson Simonal) enveredaram por um caminho bem diferente do Soul brasileiro tradicional. Mas as vozes do grupo Fat Family ainda lembram muito mais de perto as origens da Black Music ainda nos EUA.

O Sobre o Som dá o play na música que ficou conhecida na voz rouca/grave de uma carioca de Pilares. Principal representante do soul no Brasil, Sandra de Sá canta um estilo que agrega ao Black Music o swing ‘Made in Brasil’ e transforma a sigla MPB em Música Preta Brasileira. Olhos Coloridos [aquela do Sarará Crioulo], do compositor Macau, foi gravada pela primeira vez, em 1982, no segundo CD da cantora conhecida na época por Sandra Sá.

Olhos Coloridos

Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir

Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar

Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso

A verdade é que você,
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará crioulo
Sarará crioulo, sarará crioulo


O Estúdio Ao Vivo aproveita para a sessão de hoje um dos maiores sucessos de Sandra de Sá [ao lado de Bye Bye Tristeza, Joga Fora e Solidão]

Os meus olhos coloridos
carregam um pouco dos teus
A música no meu ouvido
Canta você, canto eu

Meu cabelo enrolado
carrega um pouco do teu
Todos querem imitar
[ora o teu, ora o meu]
Ora você o meu
[Vice-versa]

Da minha roupa, o mesmo tecido da tua
Do meu cabelo, o mesmo corte que o teu
Da minha pele, o mesmo valor que a tua
Do meu sorriso, a mesma graça que o teu

A verdade é que você e eu,
Tem[os] sangue crioulo
Sangue ‘Made in Brasil’
Sarará crioulo
Sarará branco
Sarará negro
Sarará vermelho
Sarará amarelo
Sarará colorido
colorido como os meus olhos
que carregam um pouco dos teus.

Dificuldade: essa provavelmente é a palavra que define os primeiros anos de Raymond Charles Robinson, ou apenas Ray Charles. Aos sete anos de idade, o garoto teve um glaucoma, que o deixou totalmente cego e ainda na adolescência, ficou órfão.O Gênio, como era chamado, terminou seus estudos de música numa escola para cegos, na Flórida, e ganhou o mundo com suas canções e voz inconfundível. O Flashback de hoje vai falar um pouco do álbum The Genious Hits The Road (HitsTRoad), um dos maiores sucessos de Ray, um pioneiro da soul music – uma mistura do Rithm and Blues com música gospel.

O disco foi lançado em 1960e pode ser considerado um trabalho conceitual pois, 12 das 19 músicas* falam de localidades americanas, como: Alabammy Baby, Blue Hawaii e California, Here I Come.

O maior sucesso, porém, ficou por conta de Geórgia On My Mind. Uma música composta em 1930 por Stuart Gorrell e Hoagi Carmichael, que virou uma espécie de hino no estado americano da Geogia após a gravação de Ray – que fora também sua primeira gravação. Outro grande sucesso do disco foi Hit The Road Jack, que o cantor tocou em todas as suas turnês porteriores.

HitsTRoad conta um pouco dos EUA na voz marcante e belas melodias de um Ray Charles que se consolidaria, logo após esse álbum, como um dos maiores nomes da música norte americana. O Gênio morreu em 2004, aos 74 anos de idade e após mais de 40 anos de carreira.

*O disco foi lançado originalmente com 12 músicas em 1960, a versão com 19 faixas foi uma remasterização feita em 1997, que adicionou sete bônus tracks.


São muitas as ramificações da Black Music. Mas a origem está no menos esperado estilo Gospel, cantado por afro-descendentes que impunham ritmo e força aos versos. Músicas religiosas interpretadas por corais norte-americanos começaram a ser tocadas nas rádios. Não demorou para que vozes de sopranos e contraltos encantassem os bons ouvidos e despertasse grandes artistas.

Estava lançado o Soul, ponto de partida para os vários outros caminhos traçados pelos cantores e exímios instrumentistas. Dos tradicionais jazz e blues ao reggae, hip hop, rap e funk, a Black Music marca gerações.

Hoje, pelo menos quatro segmentos da BM são vistos como os mais tradicionais. O Funk Soul, muito bem representado pelo estilo James Brown de ser, é um deles. Psicodélico e dançante, James Brown inovou com uma levada mais rápida, derivada do Soul. Fez mágica com a guitarra e tornou-se o grande destaque do gênero. Natural da Carolina do Sul, lançou a BM às alturas.

Era a década de 70 e em meio a tantos sucessos britânicos invadindo o mercado fonográfico, o EUA conhecia a raiz da música norte-americana.

Na década seguinte, a moda era a dança coreografada a la Jackson Five. Mais tarde, o irmão Michael viria a destacar-se na carreira solo. O estilo Charm, no entanto, era mais romântico: dança a dois que, misturada com o rap dos anos 90, lançou o R&B (Rhythm and blues). O atual, com mais suingue e sensualidade, incorporou muitos elementos do rap. O resultado é uma chuva de artistas que destoam bastante das origens da Black Music, mas que lançam uma nova forma de “cantar” a cultura negra. O estilo transporta a riqueza musical do subúrbio para a realidade mais distante.

Do Funk Soul ao Rhythm & blues: a Jukebox desta semana toca o melhor da Black Music, as influências norte-americanas, as adaptações no Brasil e os mais novos sucessos do estilo.

Mas onde está a Black Music tradicional? Hoje ela é só assunto de Flash Back?

De 2000 para cá, as produções de musicais têm sido feitas nos moldes de grandes filmes hollywoodianos. Resultado: premiações, destaque internacional e um questionamento: a era dos musicais da Broadway acabou?

É difícil classificar os filmes somente como Musicais. Drama e comédia sempre estão inseridos no roteiro. Dentre os últimos lançamentos do gênero (ou dessa mistura), Moulin Rouge – Amor em vermelho e Chicago são os mais conhecidos, mas não os únicos sucessos.

Topsy-Turvy – O Espetáculo (2000)

Elenco
Allan Corduner
Jim Broadbent
Direção
Mike Leigh
Produção
Simon
Georgina Lowe
Música
Carl Davis

O filme traz requintes de teatro. Indicado ao Oscar em 4 categorias (roteiro original, direção de arte, figurino e maquiagem) e vencedor em duas, nenhuma delas relacionada a música, desbancou Anna e o Rei e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça em melhor figurino, além de O Homem Bicentenário em melhor maquiagem.

Conta a história de Gilbert e Sullivan, uma dupla de compositores que passa por crise de produção. A solução vem dos elementos orientais: rompem com os tradicionais espetáculos que escreviam ao lançar a ópera The Mikado. A crítica: o diretor esquece da história e coloca música atrás de música. Mais técnica que emoção, mais efeito visual que enredo propriamente dito. E uma boa alternativa para quem tem curiosidade em saber um pouco sobre o teatro inglês do século XIX.

Moulin Rouge (2001)
Elenco
Ewan McGregor
Nicole Kidman
John Leguizamo
Direção
Baz Luhrmann
Roteiro
Baz Luhrmann e Craig Pearce
Música
Craig Armstrong e Marius De Vries

“The first real musical screen hit of the new century”. Assim os críticos defendem Moulin Rouge. Primeiro musical em 23 anos a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme, faturou Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte, além de Globos de Ouro em Filme Comédia/Musical, Atriz Comédia/Musical (Nicole Kidman) e Trilha Sonora e três BAFTA (premiação britânica) em Melhor Ator Coadjuvante (Jim Broadbent), Melhor Trilha Sonora e Melhor Som. Fora indicações a César, MTV Movie Awards… Foi um estrondo.

Ewan McGregor interpreta Christian, um escritor que muda-se para um bairro boêmio em Paris. O Moulin Rouge é o paraíso do local. Christian se apaixona por Satine (Nicole Kidman), a mais adorada cortesã da cidade e começa a escrever um espetáculo em que pode alimentar o amor proibido entre os dois. A seleção de músicas é o triunfo do filme. De David Bowie a U2, a perfeição na montagem das canções assusta, assim como o impacto visual. É uma superprodução que reinventou o jeito de se encarar os filmes do gênero.

8 Mile – Rua das Ilusões(2002)

Elenco
Eminem
Kim Basinger
Mekhi Phifer
Brittany Murphy
Evan Jones
Direção
Curtis Hanson
Roteiro
Scott Silver
Música
Eminem
Jeff Bass
Luis Resto
Xzibit

Finalmente um filme de essência musical ganha o Oscar de melhor música original. Lose Yourself, de Eminem. O cantor/compositor/rapper atua e mostra na pele de Jimmy ‘B-Rabbit’ um pouco da realidade que viveu até chegar ao sucesso. Conflitos na família e no bairro predominantemente negro marcam a vida do jovem músico. É uma injeção de moral e fala muito bem sobre o tabu do preconceito racial norte-americano.

O mérito é a fuga dos padrões de beleza e fotografia artificial ou teatral adotada pelos musicais. É um filme muito mais real do que as grandes produções que investem tanto em maquiagem e arte. 8 Mile mostra, através da música, muito mais emoção e coloca o espectador com os dois pés no chão.

Chicago (2002)


Elenco
Renée Zellweger
Catherine Zeta-Jonas
Richard Gere
Direção
Rob Marshall
Roteiro
Bill Condon
Música Original
Danny Elfman, Fred Ebb, John Kander, David Krane

Adaptado da peça de mesmo nome, Chicago não esconde a influência dos palcos. Baseado numa história real, o filme tem como cenário a Chicago dos anos 20. Roxie Hart (Renée Zellweger) sonha em se tornar uma estrela de cabaré, assim como Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones), a atriz que mais faz sucesso nos espetáculos da cidade. Roxie vai para a mesma prisão que Velma após cometer um assassinato. Ambas são defendidas pelo advogado Billy Flynn, numa interpretação formidável de Richard Gere. São 14 números musicais, com destaque para a ótima Cell Block Tango, em que as prisioneiras contam o porquê de estarem ali.

Oscar de melhor Filme, Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones), Direção de Arte, Figurino, Edição e Efeitos Sonoros. Globo de Ouro de Melhor Filme – Musical ou Comédia, Ator – Musical ou Comédia (Richard Gere), Atriz – Musical ou Comédia (Renée Zellweger). Prêmio da Academia Britânica para Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones) e Melhores Efeitos Sonoros. Com essa coleção, Chicago mostrou a que veio.


Os mais recentes Camp, De-Lovely e Rent seguiram o roteiro de mistura entre comédia, drama e música. Talvez por isso não tiveram o mesmo destaque dos contemporâneos. Ainda assim, foram indicados aos principais prêmios do cinema.

O vestibulando Flávio Barbara Reis, de 17 anos, é de Três Pontas [sul de Minas Gerais] mas está em Campinas – SP para realizar, nesse final de semana, a prova da Fuvest. “Assisto muito filme e estudo nas horas vagas” é o que diz o aspirante a ‘diretor de Cinema’ ou ‘de Fotografia’. Flávio julga “fascinante, de uma hora para outra, o personagem saltitar e cantar em uma coreografia ensaiada” e diz que para um Musical ser considerado bom é preciso ter “músicas bem escritas e coerentes com o texto, e uma boa história, é claro”.

“Na realidade a minha preferência é por dramas que buscam revelar o interior da personagem, mas musicais são minha segunda paixão”, mesmo assim um dos moderadores da comunidade do Orkut Eu amo musicais.. e daí? foi o convidado da semana para o Fã de Carteirinha.

Preferência
O que me marcou e me fez gostar de musicais foi Moulin Rouge. O fato do diretor usar de músicas já conhecidas pelo público e envolvê-las em uma história realmente charmosa, e como plano de fundo Paris, me marcou bastante. Ewan McGregor como ator principal também ajudou muito. Adoro os trabalhos dele.

Come What May
É cantada no momento que se aproxima o clímax e ‘no’ clímax do filme, onde os amantes compoem uma canção secreta e quando um se sentir solitário basta cantarolá-la que se sentirá melhor. Eu gosto muito dela porque quando eu sinto alguma coisa ruim eu começo a cantar e ela me passa uma idéis de esperança.

Diretor
Baz Luhurmann, o melhor. Câmera ousada, visionário e sem medo de errar, foca o essencial da cena e explora ao máximo os atores. [Gostei de] Moulin Rouge e Romeu e Julieta, Strictly Ballroom ainda não assisti pois não consigo achá-lo, nem pra venda. Eu pretendo fazer drama, mas me ousaria em voltar para um musical ou suspense.

Atuais·Antigos
Deu uma piorada bem grande. Como toda regra tem suas excessões, salvam muitos, mas a maioria está mal feita porque o público alvo de musicais é bem pequeno e eles não investem mais tanto nessa área. High School Musical é a prova disso. Filme de mal gosto feito pra criança cantar, não tem história, é muito chatinho e mal interpretado.

“Deu uma piorada bem grande”
A magia do cinema… não tem como explicar, é uma coisa boa que você sente com filmes mais antigos que você não consegue sentir com a maoiria dos recentes. E isso não acontece somente com musicais. A ingenuidade com que eram feitos os filmes, com o intuito de divertir e não de ganhar dinheiro. Gosto muito de “A Noviça Rebelde” e “O Mágico de Oz“. Eles têm exatamente essa ingenuidade em cada cena, com o intuito de divertir. Em “O Mágico [de Oz]“, o começo já diz: “essa história é para os puros de coração…”, e quem não tem esse sentimentalismo ao ver o filme não conseguirá receber o que ele quer transmitir.

Teatro
Já tive contato com um: O Fantasma da Ópera, este ano, na última semana de exibição [dia 19 de abril, no Teatro Abril em SP]. Fantástico, sem explicação. A melhor experiência no teatro que já tive. Havia gostado [do filme], mas não muito. O filme foi uma produção bem feita, mas mal intrepretada, o que tirou o brilho dele. Basicamente, [no teatro] você vê as cenas iguais às do filme, só que bem melhores interpretadas e dirigidas.

Pior
Cats. Eu não posso falar muito porque eu ainda não consegui assistí-lo até o fim, mas as músicas são irritantes e a história é péssima. Não há como comparar, é muito ruim mesmo. [Por exemplo] a musiquinha Jellicle cats, a coreografia embaralha a vista e a música é repetitiva demais.

Lançamentos
Muita coisa promete. O que eu mais espero para este ano é Sweeney Todd, com Johnny Depp [dirigido por Tim Burton]. Conta a história de um pai injustiçado que quer vingança. Ele se torna um barbeiro que mata seus clientes e os manda para uma amiga. Ela transforma os cadáveres em tortinhas que viram a sensação de Londres. Estréia no natal nos EUA.

Três vezes sucesso?


Depois do grande sucesso com os dois primeiros filmes, o High School Musical está de volta. O musical adolescente, que faz estrondoso sucesso ao redor do mundo, chega à sua – como garantiu o diretor Kenny Ortega – terceira e última produção (Haunted High School Musical – no Brasil High School Musical 3). Porém, não está descartada a possibilidade de surgir uma nova geração do HSM futuramente. A nova história da trilogia se passará no Helloween, o Dia das Bruxas nos Estados.

Apesar do êxito alcançado pelo grupo de adolescentes, a presença das duas maiores estrelas do musical, Zac Efron e Vanessa Hudgens, ainda não é confirmada. O problema seria o alto cachê pedido pelos atores que vivem Troy Bolton e Gabriella Montez. Além disso, foram publicadas fotos de Vanessa, nua, o que desagradou diretores da Disney, que produz a série de filmes.

Enquanto não chega às telas dos cinemas, os fãs do grupo podem conferir o recém lançado espetáculo, uma “ópera-rock no gelo”, segundo Ortega. Eles passarão pelo Brasil em janeiro e prometem vir com ainda mais força no terceiro filme, previsto para meados do ano que vem.


The hills are alive with the sound of music

Os sete filhos do capitão Von Trapp aprenderam rápido a cantar com a didática de Maria, a Noviça Rebelde. Liesl (Charmian Carr), Friedrich (Nicholas Hammond), Louisa (Heather Menzies), Kurt (Duane Chase), Brigitta (Angela Cartwright), Marta (Debbie Turner) e Gretl (Kym Karath) conseguem um escape à disciplina rígida do pai quando conhecem a nova governanta imortalizada na ‘voz e violão’ de Julie Andrews.

Tantas vozes tão bem afinadas garantiram metade das 10 indicações ao Oscar que receberam: filme, diretor, edição, [e como não poderia deixar de ser] som e trilha sonora. As canções Climb Ev’ry Mountain, Do-Re-Mi, Edelweiss, How can love survive?, I Have Confidence In Me, Maria, My Favorite Things, Sixteen going on seventeen, So Long Farewell, Somethings Good, The Lonely Goatherd e The Sound Of Music ecoavam nos Alpes Suíços, cenário natural que ocupava o plano de fundo do campado autríaco.

When you sing you begin with do-re-mi, foi como ensinou Maria às sete crianças. Sete como as notas musicais que eles passaram a conhecer no clássico DO-RE-MI.

Let’s start at the very beginning

A very good place to start
When you read you begin with A-B-C
When you sing you begin with do-re-mi
Do-re-mi, do-re-mi
The first three notes just happen to be
Do-re-mi-fa-so-la-ti
[Let’s see if I can make it easy]

Doe, a deer, a female deer
Ray, a drop of golden sun
Me, a name I call myself
Far, a long, long way to run
Sew, a needle pulling thread
La, a note to follow Sew
Tea, a drink with jam and bread
That will bring us back to Do (oh-oh-oh)

Pode até não possuir significado algum cantar as sílabas aleatoriamente, como questionou Brigitta, mas when you know the notes to sing, you can sing most anything. Assim o musical lançado em 1965 reproduzia nos cinemas a história baseada no livro de Howard Lindsay e Russel Crouse que conta a história real da Trapp Family Singers.

···

O Sobre o Som da semana Musicais apresenta uma releitura de DO RE MI

Com a sutileza quase surda de um ruíDO
Distante, sem sair do tom, de ninaR É
E tanto acalenta que o arrebol, tranqüilo, em baixo pronuncia: já é tarde, dorMI!
Faz das sete notas, sete cores agora aos tons da cinza madrugada, sob cobertores no so
Ganham o sonho, universo paralelo da fantasia trancada a sete chaves, aberta devagar à luz do SOL
Acordai! Janela afora, de vós carecem os galos para tecer a manhã cabralina. – sussura a aurora em mansa faLA.
Breve despertam MI SOL SI RE FA DO LA, ainda desafinadas, e dão voz às criaturas. Pobre Silêncio – inspirador dos poetas noturnos – perde-se em SI.