Entre um gole e outro de café, um bate papo bem mineiro com sotaque gaúcho se estendeu por cerca de meia hora. Thedy Corrêa, Veco Marques e Carlos Stein falaram sobre carreira, música, influências e amizade.
A partir de amanhã, disponibilizaremos a entrevista na íntegra, em áudio e arquivo PDF, com mais informações sobre Nenhum de Nós e toda a irreverência dos integrantes da banda.
Tudo começou com uma amizade. Thedy, Sady e “Carlão”, os fundadores da banda, ainda prezam muito a amizade que deu origem ao Nenhum de Nós.
…E no começo de tudo
Thedy: A nossa relação de amizade tinha a música sempre como um ingrediente e, em um determinado momento da música brasileira, do rock, parecia muito viável que uma amizade se transformasse em uma banda. O Carlão iniciou um projeto musical e não foi adiante, ele deu as tintas e os caras foram embora: era o Engenheiros do Hawaii. E aí ele ficou com a guitarra e pensou “O que farei eu com a guitarra agora? Vou fazer outra banda”. A gente começou a ensaiar num lugar bem garagem. A bateria era improvisada, era um contrabaixo muito ruim. Só que a gente foi gostando.
O que eu acho que a gente teve de principal é que esses projetos que a gente tinha na cabeça, mesmo à frente dessas limitações de música, de instrumento, a gente conseguiu levar à frente. E essa é a ponte que a gente podia fazer com o hoje: a gente pensa muito a nossa música. A gente trabalha muito com música sem meter a mão no instrumento: num café, num bar, a gente conversa tanto sobre música que ali é uma parte muito importante para o nosso processo de criação. Então acho que talvez isso seja o principal nessa nossa história toda.
E aí veio Camila…
Carlos: É uma série de coincidências que acabaram gerando essa música, é curioso imaginar. Quando a gente começou, existia um clima romântico por trás do rock naquela época, existia uma fé de que uma boa música era capaz de tudo e, hoje em dia, eu acho que essa fé já foi destruída.