Zé’n Roll

Êxtase, surpresa, teatralidade e intensidade foram elementos presentes em cada momento das apresentações deste sábado (27) no Musical Box Alive, realizado no espaço Galpão, em Viçosa-MG.

Com ingressos esgotados, a XIV edição do evento trouxe a mineiridade e a riqueza rítmica da banda Zé Trindade (BH), a autenticidade e a explosão sonora de Zé Pelin (cover de Led Zeppelin) e a surpresa e a serenidade de Beatlelogia.

Os acordes da música de abertura Eleanor Rigby inauguraram o clima intimista de Beatlelogia, que mostrou a força acústica das canções de The Beatles. Violão, guitarra solo, meia-lua e o duo de vozes entoaram, ainda, We Can Work it Out, Something, Ticket to Ride, Oh! Darling e Help.

A forte interação com o público teve continuidade a partir da energia do grupo Zé Trindade, formado por Danilo Marques (voz, guitarra e viola caipira), Felipe Freitas (baixo, gaita, flauta e vocal) e Maktuh Marquezini (bateria, vocal, berrante e tilintar). A autenticidade das músicas próprias que trazem ao palco está na sonoridade diferenciada, dançante, regional e com influência do Rock setentista. o Power Trio manteve o clima descontraído em alternância com versões de músicas como Amor e O Hierofante, de Secos e Molhados, e Rockixe de Raul Seixas, e mostrou que não perde o fôlego apesar da agenda cheia: foi o terceiro dia seguido de apresentações, após shows em Ouro Preto e Sete Lagoas.

A atração de encerramento da noite causou a impressão de que a sonoridade única de blues e heavy metal e a liberdade de expressão musical da banda Led Zeppelin extrapolaram os limites do tempo e se materializaram no palco. Os elementos que transmitem essa sensação estão na experiência dos músicos de Zé Pelin, que trazem características afinadas entre si: a versatilidade da voz de Thiago Cruz (que também é vocalista de Beatlelogia e A Ruga), a interpretação marcante de Júlio Cézar sobre acordes e solos, a entrega de Ricardo Elias na bateria e a marcação densa da habilidade de Ricardo Campos no baixo. A presença de palco da banda e o repertório ditado, em partes, pelo público, garantiram um show completo e intenso, prejudicado, talvez, apenas pelas instalações de som e iluminação que ainda não atendem as expectativas de uma boa estrutura.

Os produtores Carlos Marques e Breno Carvalho voltam a realizar uma edição ao vivo do Projeto com o Musical Box in Concert, que traz show do grupo argentino Violentango dia 23 de abril no Espaço Fernando Sabino.

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Agradecimentos à produção do Musical Box Alive pela parceria; aos integrantes das bandas Zé Trindade e Zé Pelin, pela atenção e disponibilidade.

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Texto: Amanda Oliveira e Lara Marx
Vídeo: Amanda Oliveira
Fotos: Lara Marx
Imagem de Topo:  Lara Marx

Dança que é tecnomacumba!

Parece música de terreiro. Parece música brasileira, música africana, eletrônica. Música para dançar. Parece música para reverenciar deuses, música para oferendar aos orixás. É assim que é Tecnomacumba, show de Rita Ribeiro.

Com mais de vinte anos de carreira, e muitas histórias, Rita Ribeiro já gravou quatro discos, foi indicada ao Grammy Latino, participou de diversos projetos musicais nacionais e internacionais. Agora divulga seu primeiro DVD: Tecnomacumba – A tempo e ao vivo. Lançado no ano passado, tem origem em um show que é realizado há quase seis anos, e que vem sendo aperfeiçoado, tendo se tornado CD ainda em 2006.

Tecnomacumba é fruto de uma pesquisa da influência da musicalidade africana na música popular brasileira. O show mistura pontos de umbanda e candomblé, com músicas brasileiras consagradas de Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Jorge Benjor, entre outros. Em algumas apresentações de Tecnomacumba, Maria Bethânia faz participação especial surpresa, cantando com Rita Ribeiro a música “Iansã”, de Caetano Veloso. O registro desse encontro esta no DVD. Uma produção para orixá nenhum botar defeito.

O show começa com a declamação de um texto sobre orixás, lutas e africanidade, executada pelo artista multimídia Xarlô. Além dos belos arranjos, que misturam muita percussão e batidas eletrônicas, bem executados pela banda Guerreiros de Aruanda, há uma bela cenografia, com iluminação impecável, em completa harmonia com as canções. Difícil afirmar qual é a melhor música, mas destaco “Cavaleiro de Aruand”, “Oração ao Tempo”, “Iansã”, “Rainha do Mar” e “Cocada”. Na hora em que é executada a canção “É de Oxum”, a bailarina Kiusam de Oliveira, faz uma bela participação, interpretando Oxum.

O show que assisti neste domingo (21) foi o último da temporada paulistana, no teatro do Sesc Santana. O teatro é um espaço muito comportado e exigia que o público permanecesse sentado. Foi impossível não chegar junto ao palco e dançar. Extremamente animado, o show se transformou num espaço ecumênico, no qual se compartilhou a alegria gerada pela música.

Rafael Munduruca (@munduruca)

Rafael Munduruca é jornalista e produtor cultural. Um nômade fixado em São Paulo, que ensaia um blog no qual gosta de experimentar coisas novas e outras nem tão novas assim.

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Fotos e vídeo: Rafael Munduruca

Imagem de topo: Lara Marx

No Ar: Musical Box [4] · O Novo Vôo

Revolucionário, enigmático, explosivo, imprevisível: a descrição de 1968 – e suas transformações políticas, éticas, sexuais e comportamentais – é também característica da banda que, neste mesmo ano, assumiu os palcos com uma combinação de Blues, Rock e distorções: surgia uma das lideranças do Heavy Metal.

The New Yardbirds – formada para cumprir contratos da banda Yardbirds – trazia os solos fenomenais do guitarrista Jimmy Page, os gritos enérgicos do vocalista Robert Plant, a sensibilidade e elegância do baixista e tecladista John Paul Jones e a fúria do baterista John “Bonzo” Bonham. Era uma formação para ir abaixo como um “Zeppelin de chumbo”, nas palavras de Keith Moon (baterista do The Who).

A revolução musical do grupo começou pelo novo nome Led Zeppelin e o lançamento do CD homônimo, que não vingou na Inglaterra, mas conquistou o público norte-americano após uma turnê sugerida pelo “quinto zeppelin”, o empresário Peter Grant. Os concertos duravam cerca de quatro horas e garantiram o disco de estréia entre os 10 álbuns mais vendidos dos EUA.

No mesmo mês em que o avião de transporte Concorde rompe a barreira do som pela primeira vez, era a canção “Whole lotta love” do disco Led Zeppelin II que tornava-se referência musical e conquistava a marca de primeira posição nas paradas dos EUA. O trabalho lançado em outubro de 1969 garante, ainda, o título de melhor banda da Inglaterra (pelo jornal especializado Melody Maker).

Durante um período de descanso no interior do Pais de Gales, e mesmo sem grandes parafernalhas de estúdio, Page e Plant compõem Led Zeppelin III, com influências da música celta e do Folk. Mas, era no quarto álbum que a banda surpreenderia mais: uma capa que não identificava nome do grupo ou do disco abria espaço para o imaginário (é conhecido como “Zoso”, “Four symbols” ou “Led Zeppelin IV”) e mostrava obras primas: o aviso de “Black Dog” – que anuncia um disco único -, a pulsação de “Rock and Roll”, a mística “The Battle of Evermore”, o clássico “Stairway to Heaven”, as inovações de “Mysty Mountain Hope” e “Four Sticks”, o folk de “Going To California” e a transformação do blues “When the levee breaks” (do compositor Menphis Minnie).

A banda ainda mostraria ao mundo a força do Rock com Houses Of The Holy (1973) e Physical Graffiti (1975), que antecederam o filme The Song Remains The Same (1976). Ao mesmo tempo intimista e intenso, a produção mostrava duas faces de Led Zeppelin: o dia-a-dia em família e a magnitude das apresentações ao vivo. Apresentações que foram interrompidas em definitivo com a morte do baterista John Bonham, em 1980.

Recentemente, foi lançada a biografia Led Zeppelin – Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra (a banda já conta também com uma biografiá em fotos http://territorio.terra.com.br/rockonline/noticias/?c=20637). O primeiro parágrafo dos escritos de Mick Wall você pode ler aqui: O Amanhecer do Agora http://entretenimento.r7.com/musica/noticias/veja-o-primeiro-capitulo-de-led-zeppelin-quando-os-gigantes-caminhavam-sobre-a-terra-20091029.html

No Ar: Musical Box
Nesta quinta-feira o som que invade as ondas da Rádio Universitária 100,7 FM em Viçosa-MG traz Progressivo Nacional, Blues e o vôo de Led Zeppelin com clássicos da história do Rock’n Roll, além do som da banda Zé Trindade com o EP “As Porteiras”. Acompanhe o twitter @musical_box e ouça pelo site http://rtv.ufv.br.

O público viçosense terá oportunidade, ainda, de acompanhar essas canções executadas ao vivo com a apresentação da banda Zé Pelin (Led Zeppelin cover) no Musical Box Alive deste sábado (27), no Espaço Galpão. O evento conta também com o set list de Zé Trindade, que traz, inclusive, músicas próprias numa mistura de regionalidade e Rock anos 70.

Amplifica [3]: Puro Rock, Pura Água

Integrantes
Adson Sant’Anna – bateria
21 anos de carreira: pop, rock, jazz, MPB.

Cezar Sant’Ana – guitarra
15 anos de carreira: hard rock, blues, Led Zeppelin.

Francisco Alves – baixo
25 anos de carreira: rock, samba, forró.

Geraldo Luís – voz
5 anos de carreira: blues, pop-rock.

Desde novembro de 2009, a experiência e a energia musical marcam a apresentação da banda Pura Água. A estréia da formação atual foi na abertura do show de Nenhum de Nós em Viçosa-MG, quando Geraldo Luís participou do show da então Ares Band, formada por Francisco Alves, Adson Sant’Anna e Cezar Sant’Ana.

Banda Pura Água durante apresentação no Flor & Cultura

Com bom humor, irreverência e o lado escrachado do BRock* dos anos 80 – a base do repertório dos shows -, a banda preocupa-se em formar uma identidade através da valorização da música nacional e das letras que, apesar de terem sido entoadas há 30 anos, ainda revelam ao público a mensagem sobre a realidade atual do país.

Escrachar, no bom sentido, o contexto social e político do Brasil. (…) e a vida, por pior que possa ser, é única. Então, a gente também tenta levar alegria, quer ver todo mundo cantando, batendo palma. Acho que é o casamento do bom humor com aquela pitada de realidade. (Geraldo Luís – vocalista).

Pura Água traz ao palco a memória viva de Raul Seixas, Titãs, Ultraje a Rigor, Lobão e Rita Lee, acompanhada do aviso: “Abram os olhos que muita coisa de errado ainda está acontecendo nesse mundo” (Geraldo Luís).

*O Brock é a denominação comum do estilo de rock nacional dos anos 80, que mistura influência estadunidense e inglesa à pegada simples e rústica do Punk. As bandas, formadas por adolescentes de classe média, expressavam em letras e melodias a falta de perspectiva de seu cotidiano.

No Ar: Musical Box [3] · A sinfonia progressiva de Grobschnitt

Krautrock – Referência musical alemã
Psicodelia, progressivo, espacial, arritmia: a base do rock alemão de fins dos anos 60 era transpor o ouvinte para uma realidade diferente, ilimitada, surpreendente. Tudo isso, através de combinações da performance cênica, do pioneirismo eletrônico e das referências britânicas – como Pink Floyd (Syd Barrett), Yes, The Beatles e Genesis.

O som tornou-se uma vertente difundida por nomes como Kraftwerk e batizada de Krautrock*. A experimentação e valorização do ritmo eram as marcas dessa geração. Com originalidade e improviso, o rock underground era construído por músicas que, apesar da grande duração, não se perdiam em acordes e expressavam insatisfação com a realidade alemã.

*Curiosidade: o DJ inglês John Peel “cunhou” o termo Krautrock quando escutou o disco Psychedelic Underground (1969), da banda Amon Düül. Kraut era a forma como os ingleses referiam-se aos alemães nas Grandes Guerras.

Sinfonia – o corte brusco de Crew a Grobschnitt
Obras primas musicais e canções de mais de 10 minutos executadas com técnica requintada em apresentações teatrais. A presença marcante dos jovens alemães Joachim Ehrig (bateria), Stefan Danielak (guitarra base e vocal), e Gerd-Otto Kühn (guitarra solo) transformou o que foi a pequena banda Crew em uma das mais importantes representações do rock progressivo mundial: a banda Grobschnitt.

Com críticas sociais e políticas aliadas ao bom humor picante, o primeiro álbum do grupo foi lançado em 1972, apresentando o tecladista Hermann e o baixista Wolfgang Jager. Em 13 minutos e 44 segundos de acordes, a canção “Symphony” demonstra a personalidade de uma banda pronta para mostrar ao mundo o autêntico Krautrock.

A extrema sensibilidade em mesclar diversos estilos em uma só música, como progressivo, psicodelismo e blues, não foi suficiente para garantir o sucesso do álbum.

Foram dois anos de separação, até o retorno da banda aos estúdios, assumindo os apelidos Eroc (Joachim Ehrig), Wildschwein (Stefan Danielak), Lupo (Gerd-Otto Huhn), Mist (Volker Kerhs) e Pepe (Wolfgang Jager), e assinando o segundo trabalho “Ballerman”. Com longas faixas, grandes efeitos e a marcante “Solar Music”, o álbum foi o reinício de uma carreira de popularidade e prestígio.

Solar Music, executada ao vivo.

Dos 15 álbuns gravados entre 1972 e 1989 (incluindo apresentações ao vivo), o Rockpommel’s Land (1977) é considerado o mais importante. O disco, que traz um tema central representando a narrativa de um épico, vendeu cerca de 100 mil cópias.

No Ar: Musical Box
A sonoridade psicodélica de Grobschnitt será representada no especial Full Box desta quinta-feira no Programa Musical Box, com uma música do álbum Volle Molle. Gravado ao vivo em 1980, ele reflete a fase em que a banda assume um estilo mais popular.

Outros dois blocos do programa completam a playlist com Classic Rock, além do Rock’n Roll selecionado pelo convidado Gabriel Mendonça.

O Musical Box começa às 20h, pela Rádio Universitária 100,7 FM (Viçosa-MG). Acesse: http://rtv.ufv.br

Amplifica [2]: O diferencial de Yellow Cookie

Integrantes
Márcio Duarte – Bateria
No Play: The Sea, Incubus.

Rafael Arruda (Zezé) – Guitarra
No Play:
Led Zeppelin, Guns n’ Roses

Alexandre Costa – Vocal
No Play:
Rock’n Roll britânico – The Beatles, Oasis; Rock Contemporâneo – Incubus, Coldplay, Couting Cross.

Gabriel Arruda – Baixo
No Play:
Rock em geral, Rock pesado.

Era o ano de 2004. Durante uma brincadeira de estúdio, a banda formada inicialmente por Rodolfo Marins (voz e violão), Nicola Serão (baixo) e Márcio Duarte (bateria) foi batizada de Yellow Cookie.

Os atuais integrantes da banda: Márcio, Alexandre, Gabriel e Zezé.

Desde o primeiro show, na festa Downtown Pub (Espaço Subsolo), a intenção era fazer um som diferenciado, alternativo ao cenário musical de Viçosa na época: Coldplay, U2, The Beatles, O Rappa, Capital Inicial, Cazuza e Michael Jackson são os principais componentes das apresentações ao vivo. A música Yellow [Coldplay] se transformou em um hino da banda, que voltou aos palcos no último dia 21 de janeiro.

Viçosa, culturalmente falando, é muito eclético. E, então a gente tem que se adaptar, mas aliar ao que a gente gosta de tocar e o que uma parcela do público também gosta. [Márcio Duarte]

A animação, a entrega pela música, o prazer de tocar e a diversão fazem da Yellow Cookie uma representante autêntica do melhor do pop-rock.

Contatos
Márcio Duarte
31 9254 0783

Agenda
Dia 02/04 – Flor e Cultura (Viçosa – MG)

Comunidade no Orkut

Perfil no Orkut

O Beijo Bandido de Ney Matogrosso

São diversos os encontros que explicam a única paixão envolvendo toda a plateia. Ney Matogrosso tem à sua frente um público variado em idades e histórias, com diferentes memórias sobre o cantor. A face do Ney que canta na turnê Beijo Bandido, que esteve nos palcos paulistas nos dois primeiros finais de semana de março, é suave, de tons claros e mais contido – um contraste óbvio a ser feito nas comparações de sua carreira, que iniciou-se regada pela banda de rock (também consagrada com o estilo MPB) Secos & Molhados.

O que Ney reinventa no palco são canções normalmente ligadas ao amor e regravações que o cantor já arriscava em alguns shows antes do repertório da turnê, como “Bicho de sete cabeças” e “Da cor do pecado”. Em cada música, evidencia-se a potência de voz característica de Ney, que, apesar do tom mais sério, provoca a reação com discretos rebolados.


Ney interpreta “Da cor do pecado”, famosa na voz de Luciana Melo.

Ney abusa do acompanhamento de instrumentos de corda, como o cello, violão e violino, além de refinar sua voz acompanhada apenas das teclas de Leandro Braga, também diretor musical do show. Com o cenário em tons fortes de azul e vermelho se mesclando entre suas músicas no início do show, o presente final está em uma versão arrojada de projeções multicoloridas e luzes acompanhando a harmonia dos sons. Entre esses jogos visuais, ainda são projetadas imagens do próprio Ney, seja em danças ou em fotos especiais para a turnê.


“Invento”, música que inspira o nome do cd/show Beijo Bandido.

O que Beijo Bandido reserva, em particular, é a constatação de que Ney Matogrosso é um artista com uma forte presença de palco e uma personalidade que justifica o amplo leque de possibilidades que ele se permite dentro da música. Dizem que a diferença entre aqueles que apenas passam como uma banda ou um produto deixado pra trás e aqueles que permanecem intactos no mundo da música está na capacidade de ser transversal ao tempo. Isto Ney já provou – com ousadia e estilo.

Ana Maria Amorim (@anacronicas)

Ana Maria Amorim é jornalista. Com o blog Anacrônicas, revela textos que variam entre reflexões, lirismos e verdades marcantes. Nas palavras dela: “mergulha diariamente seus pensamentos em utopias, depois os rasga com realidade. Disfarça timidez com extroversão – sofrimento com sorriso. Ou vice-versa”. Aqui, fala sobre música com o olhar de quem transforma as notas em inspiração.

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fotos e vídeos: Ana Maria Amorim

No Ar: Musical Box [2] · Seis Anos de Trilha

Há seis anos, o ponto de encontro certeiro dos fãs da boa música é diante do rádio, às quintas-feiras, quando, a partir das 20h, o grito “Uow, Musical Box” invade as ondas da Rádio Universitária 100,7 FM.

Carlos Marques e Lucas Scarascia começaram, em 2004, a mesclar as sonoridades do Blues, Rock, Jazz, MPB, World Music e Regional, com pitadas de história da música e muita originalidade na locução do programa que permanece há 250 semanas no ar.

Reforçando os acordes, em 2008, quando Lucas passou a apoiar o Projeto a distância, de Belo Horizonte, Breno Carvalho assumiu a parceria, dando continuidade ao repertório de atualidades, raridades e resgate do melhor da música.

A trilha sonora do programa passa pelas preferências dos locutores e dos ouvintes. Os consagrados Pink Floyd, Genesis, ACDC, Iron Maiden, Radiohead, Queen, Led Zeppelin, Chico Buarque e Geraldo Azevedo cederam seus tons e arranjos também para especiais que retratam biografias e incluem curiosidades e cronologias da banda até os tempos atuais.

Alive
Amplificando os tons da programação, a equipe lançou o Musical Box Alive, que teve a primeira edição no dia 3 de novembro de 2006, com as banda Seu Madruga (BH, cover de AC/DC) e Álcool (Tocantins/MG, clássicos do Rock n´roll e da MPB anos 60 e 70).

Desde então, já foram 13 edições com covers de Beatles e Raul Seixas (Raulzitles), Secos & Molhados (Nem Secos), The Doors (The Doors Cover), Queen (Lurex), Jethro Tull (Avatar), além de valorização de bandas viçosenses e grandes nomes da música nacional, como Jefferson Gonçalves. O próximo show está marcado para o dia 27 de março, e será protagonizado pelas bandas Zé Trindade e Zeppelin, no Galpão – espaço tradicional do evento.

In Concert
As bandas com “músicas próprias e apresentações mais trabalhadas” [Breno Carvalho] ganharam também um espaço para mostrar acordes originais e composições de alta qualidade musical. o espetáculo Musical Box in Concert estreou com o lirismo de Cálix, na ocasião de lançamento do DVD ao Vivo do grupo independente.

Para manter o estilo do In Concert, o próximo set list será ditado pelos argentinos do Violentango. O grupo extrai de bandoneon, violões e percussão elementos do Rock, Folk e música portenha, combinando-os ao tango tradicional do país de origem.

No Ar
Apesar de estilos e timbres destoantes, elas se encontram na qualidade sonora e na mudança de paradigmas de suas épocas. O blues de Sister Rosetta Tharpe, o rockabilly de Wanda Jackson, o rock psicodélico de Grace Slick, o Woodstock de Nansi Nevins, o folk de Joan Baez, o punk de Patti Smith e a voz forte e marcante de Janis Joplin mostraram a representatividade e a versatilidade que a mulher poderia trazer ao cenário da música.

É assim que as elas serão relembradas no Musical Box desta quinta-feira (11), em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (08 de março): como ícones que se tornaram influência e quebraram barreiras impunhando suas guitarras e extrapolando suas vozes.

Carlos Marques e Breno Carvalho também mostrarão uma retrospectiva em comemoração aos 6 anos no ar.

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Texto: Amanda Oliveira e Lara Marx
Imagem de Topo: Lara Marx (sobre foto do acervo pessoal de Carlos Marques)

Amplifica [1]: Personalidade e Verdade em Carol Reis & Banda

Integrantes

Carol Reis (Voz e violão), Jamil Silva (Bateria), Luciano Cocó (Baixo), Marcos Bau (Guitarra)

O violão é a companhia de Anna Carolina De Lazzari Reis desde os 9 anos de idade. Aos 11, fez do palco seu cúmplice quando realizou a primeira apresentação, ainda na cidade natal, Ponte Nova.

Com influências de Sandy – que marcou a adolescência – a Marisa Monte – que se tornou referência assim como Caetano Veloso, João Bosco e Djavan – a cantora cresceu e se tornou Carol Reis. Entre festivais, apresentações em barzinhos e casamentos, encontrou em Viçosa a oportunidade de formar sua primeira banda de MPB.

Imprimindo seu estilo à interpretação de canções conhecidas, a cantora divide, há 5 meses, a responsabilidade dos acordes e arranjos com Jamil Silva, Marcos Bau e Luciano Cocó (foto). Juntos, os músicos mostram vigor no palco e impressionam pela técnica e sensibilidade em valorizar o timbre de Carol Reis, caracterizando, assim, a personalidade da banda.

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No Ar: Musical Box [1] · A música espiritual de Ben Harper & The Blind Boys of Alabama

Alabama, 1939. Clarence Fountain, Johnny Fields, George Scott, Ollice Thomas, JT Hutton e Vel Bozman Traylor são cegos, o que não os impedem de formar um grupo vocal que une a crença ao talento musical.

Apesar do primeiro dos 62 discos ter sido gravado em 1948, foi na década de 80 que a aparição no musical The Gospel at Colonus deu visibilidade ao grupo The Blind Boys of Alabama, conhecidos, até então, apenas nas igrejas da comunidade negra do sul dos Estados Unidos.

Com um talento vocal impressionante, o grupo mostra que o importante é sentir e fazer sentir a música espiritual. Este é o único critério que utilizam para firmar parcerias musicais, que, segundo o site oficial, têm sido “interações ricas, ecléticas e coesas”.

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