No Ar: Musical Box [10] – The grand wizard of classic rock

A semana começou menos mágica. As homenagens a Ronald James Padavona (10/07/1942 – 16/05/2010) anteciparam a celebração pela vida e obra do músico, que será realizada no Hall of Liberty, em Forest Lawn (Hollywood) no próximo domingo (30). Metallica tocou a introdução de “Children of the Sea” em Lisboa, Pearl Jam ensaiou o riff de “Heaven and Hell” nos Estados Unidos, Steve Morse (guitarrista do Deep Purple), disse que “todos que o conheceram sentirão sua falta, assim como qualquer um que já o tenha ouvido cantar”. Declarações de Ritchie Blackmore (Rainbow), da banda Kiss, de Slash, David Coverdale (Whitesnake), Mike Portnoy (Dream Theater), de Ozzy Osbourne e dos integrantes da banda brasileira Angra exaltaram a eternidade da música do cantor.

“The grand wizard of classic rock”, alimentou a certeza de que “há muito mais do que viver” durante a batalha contra o câncer, iniciada há pouco mais de um mês [como afirmou em entrevista concedida dia 08 de abril]. Com o nome artístico Ronnie James Dio – em homenagem ao mafioso italiano Johhny Dio – o cantor tornou-se conhecido como dono da voz mais importante da história do heavy metal.

Os brasileiros acompanharam a expressão vocal de Dio em 16 de maio de 2009, em São Paulo, com a banda Heaven & Hell – formada pelos ex-integrantes do Black Sabbath Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Vinnie Appice (bateria), que trabalhavam na produção de um DVD pelos 30 anos de lançamento do disco “Heaven And Hell”.

Seria um dos mais de 40 álbuns na carreira de Dio, que gravou o primeiro disco em 1972, passou pelo grupo Rainbow e foi convidado em 1980 para assumir os vocais de Black Sabbath.

Tanto nas produções dos Cds da banda (“Heaven And Hell”, “Mob Rules”, “Live Evil” e “Dehumanizer”) quanto no primeiro grupo ELF (antigo Vegas Kings), nos discos solos (como “Holy Diver”, “The Last in Line” e “Sacred Heart”) e nos projeto Heaven & Hell e Hear ‘n Aid (beneficente), Dio se estacou no cenário do Rock internacional pela habilidade vocal .

Curiosidade

A participação importante e influente de Dio no Heavy Metal passa também pela invenção do gesto que tornou-se tradição entre fãs e ídolos do estilo. Os “chifres do diabo” feitos com as mãos representam um símbolo usado para afastar (ou provocar) o “mau olhado”. O costume “herdado” da avó italiana tornou-se parte da cultura metal.

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O Universo Alternativo de Raulzitles

Os produtores Carlos Marques à esquerda e Breno Carvalho à direita acompanham a passagem de som da banda Raulzitles: Cristhian, Bhyduh, Guilherme e Khadhu


Histórias de dois fenômenos musicais, que inauguraram um estilo de características singulares e transformaram pelas composições o modo de pensar e agir de uma legião de fãs, serão reeditadas no Musical Box Alive XV.

A pedido do público – tanto o que esteve presente na 10ª edição do evento quanto o que acompanhou a repercussão do show – os produtores Breno Carvalho e Carlos Marques trazem novamente à Viçosa a banda Raulzitles (Belo Horizonte), que se apresenta hoje no Espaço Galpão, com abertura de O Quinto.

O “show diferenciado, pela qualidade dos músicos e pela mescla do repertório de dois grandes ídolos, Raul Seixas e The Beatles”, será uma oportunidade de prestigiar o “clássico, bom e velho Rock’n Roll” [Breno Carvalho].

Raulzitles tem em sua formação artistas mineiros consagrados, premiados e reconhecidos em todo o Brasil pelos trabalhos em grupos como Cartoon (um dos principais representantes do rock progressivo nacional, que lançou a primeira Ópera Rock do país).

Khadhu é baixista e vocalista, e tem no repertório de instrumentos violão, harmônica e os indianos esraj e sitar; o baterista Bhydhu tem como maiores influências a música indiana, o rock progressivo e a música clássica; Guilherme Rancanti é guitarrista, tecladista e tocava covers de Aerosmith e Guns’n Roses na banda Aeroguns; e o baixista Cristhian Magalhães já experimentava os acordes ingleses no grupo Free as a Beatle.

As experiências são reveladas no palco em compassos que formam uma única harmonia e representam uma homenagem descontraída às ideias alternativas de Raul Seixas e ao universo revolucionário de The Beatles

Os ingressos já estão esgotados. Cerca de 630 pessoas devem comparecer ao Galpão logo mais.

No Ar: Musical Box [9] · Two of Us: o Rockixe de Raul e The Beatles

De leituras metafísicas e antológicas a coleções de momentos tristes e alegres, um baiano considerado o primeiro roqueiro brasileiro reproduzia em suas canções a malícia influenciada pelos músicos que considerava almas gêmeas: Elvis Presley e Luiz Gonzaga.
Conhecedor dos sertões, em viagens de trem que realizava com o pai, e da cultura dos Estados Unidos, em convivência com norte-americanos ainda em Salvador – BA, Raul Santos Seixas fez da sua obra e sua vida uma ópera, marcada pela teatralidade espontânea, o vestuário produzido, a música intensa e as idéias alternativas.

Compôs “Metamorfose Ambulante” com 12 anos de idade e “Ouro de Tolo” logo depois, mas com a primeira banda Raulzito e Os Panteras foi um fracasso de vendas. Já no Rio de Janeiro, produziu artistas pós-jovem guarda, mas foi num Festival da Canção que mostrou a performance que o lançaria como o maluco beleza: “Let me sing, let me sing” misturava o Rock dos anos 50 com o Baião nordestino e lançava o estilo definido pelo próprio músico como “Raulseixismo”.

Em harmonias e letras simples, Raulzito expressava filosofias e críticas aprofundadas, cada novo disco sendo “sempre uma controvérsia do outro disco que passou”. “Sociedade Alternativa” ganhou força de hino pela mudança política e social, resultou na expulsão do artista do Brasil durante o governo Geisel e tornou-se tema central das conversas que manteve com John Lennon no exílio em Nova Iorque. Mesmo em 1989, eram 11 as canções censuradas.

A própria realidade comportamental da época era criticada por Raul, que a considerava caótica e apenas um reflexo da sua geração. Para ele, o movimento Rock’n Roll dos anos 60 influenciou todos os setores culturais, inclusive com o advento hippie e o sucesso de The Beatles: os quatro jovens de Liverpool (Inglaterra) que deram início, em 1962, a uma modificação na forma de fazer, entender e gravar Rock and Roll.

Extrapolando os padrões da época e viajando através de um universo de oito anos, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Star expressaram personalidade, rebeldia, carisma e senso de humor em letras simples e marcantes, fazendo com que o ritmo que antes era fabricado em função da dança passasse a ter como fim a própria música.

Entre temáticas juvenis nos primeiros álbuns como em “Love me Do” (1962), críticas sociais e problemas humanos a partir de “Roubber Soul” (1965) e a intensidade e profundidade do lirismo experimental com recursos de música clássica e instrumentos orientais em “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967), o grupo fez do rock da década de 60 uma abertura para a liberdade e para a renovação, dando compasso a uma nova geração.

Das populares turnês pela Europa e pelos Estados Unidos à obra gerada exclusivamente em estúdio, The Beatles transformou um rock “iê iê iê” em uma união de psicodelismo, talento, criatividade e tecnologia de ponta.

No Ar: Musical Box
Ainda que tenha alcançado o primeiro lugar em vendas em várias partes do mundo, o álbum Lei It Be ficou marcado pela história de um ano e quatro meses de gravações, desentendimentos, abandonos e receio em retomar a vida instável das turnês, quando a histeria das fãs superava a valorização das músicas de The Beatles.

O fim do grupo foi anunciado após o fracasso do projeto idealizado por Paul McCartney e inicialmente pensado como “Get Back” que, literalmente, tentaria voltar às origens, com canções mais simplistas, de um Rock’n Roll gravado e filmado em apresentações ao vivo. Let It Be teve passagens turbulentas, como a saída temporária de George, a participação de três produtores e a idéia comum de que o material estava fraco para os padrões da banda, o que adiou seu lançamento.

O Musical Box desta quinta-feira (13) apresenta o especial do disco de 8 de maio de 1970 em suas versões originais com orquestras, corais, gravações ao vivo e em estúdio de músicas como “Get Back”, “I Me Mine” e “The Long and Widing Road”.

Completam o repertório o melhor da música nacional, com toda a versatilidade e genialidade das canções de Raul Seixas nas ondas da Rádio Universitária (100,7 FM ou http://rtv.ufv.br) a partir das 20h.

O Programa é uma referência ao Musical Box Alive XV, que acontece no próximo sábado, 15 de maio, com a banda Raulzitles (BH), em um show que promete ser descontraído e emocionante dedicado aos dois ícones do rock.

Pandeiro e Viola: o ritmo integrado da Pagoneja


Os tons de viola e repiques de tamborim, as raízes do interior do país e o original do samba dos fundos de quintal contam as histórias de dois ritmos em uma mesma noite: em Viçosa, desde 2009, duas tradicionais festas se unem para levar “alegria, ambiente legal, conforto e qualidade” ao público.

No palco do Espaço Galpão, o Sertanejo e o Pagode se complementam com a expressão do alto astral e do gosto fiel à música. Seja por um ou por outro, o público que antes já participava das festas Quintaneja [música sertaneja em duas quintas-feiras por mês no Galpão] e Pagodão do Complexo [pagode aos domingos, a cada 14 dias, no Juca do Gás] passou a dividir também a energia de um mesmo evento: a Pagoneja.

Com a produção conjunta do Complexo Republicano da Malandragem, que apresenta o Pagodão do Complexo desde 2007, e Luizinho Souza e Juliano Baltazar, que assumem as Quintanejas há cerca de 10 anos, o evento surgiu em um bate-papo entre os amigos durante um domingo no Juca do Gás e, desde então, tem se consolidado nas cinco edições já realizadas.

Quinta Edição

A casa lotada e a interação entre os públicos na última edição, dia 06 de maio, refletiram a versatilidade nas interpretações da dupla Marcos Vinícios e Rafael e da Banda Curtição.

A abertura da noite, nas vozes e acordes da dupla, trouxe canções de Victor e Leo, Jorge e Matheus, João Bosco e Vinícius, além de clássicos como Tião Carreiro e Pardinho. Após a apresentação sertaneja, o pagode animou o público com músicas como “Vou Festejar”, de Jorge Aragão e “No samba a gente bota pra quebrar” do grupo Exaltasamba.

A Pagoneja é uma festa nova ainda, surgiu no ano passado, mas já está consolidada e pronta pra crescer cada vez mais. (…) Mesmo quem não gosta dos estilos musicais presentes no evento, se comparecer com o espírito livre e coração aberto, querendo apenas se divertir, conhecer gente interessante e ser feliz, garanto que saíra de lá assim. [Luizinho Souza]

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Agradecimentos
Aos produtores Bruno Saud e Luizinho Souza pelas entrevistas e pelo apoio.

Imagem de Topo: Lara Marx
Fotos: Amanda Oliveira e Lara Marx

Tradição e Arte em Cores e Vinil

O Espaço Galpão tornou-se galeria de arte no último sábado (01). Além de exposição de quadros – como os de Ana Mendes, que ilustram este post – telas de pintura, pincéis e tintas fizeram parte da decoração do evento que valoriza a participação do público na construção da festa.

No segundo piso do Espaço, as pessoas realizavam pinturas coletivas e, ao lado do palco, um telão anunciava a mostra audiovisual de curtas-metragens de animação. Com esse diferencial, o 12º Vinil Brasil manteve a tradição da música ambiente ditada pela MPB e pelos vinis – nesta edição, comandados pelos Djs Pepê e Kaion.

A banda Capim Seco, de Belo Horizonte, manteve o clima intimista com músicas próprias e versões de grandes nomes do samba. Paulinho da Viola, Tom Jobim, Elis Regina, Dona Ivone Lara e Chico Buarque fazem parte do repertório, conhecido pelo público, que acompanhou os agudos da voz de Michelle Andreazzi. Os improvisos em arranjos de sax (Tiago Barros), violão de 7 cordas (Gabriel Goulart), bateria (Luiz Lobo) e contrabaixo (Vinícius Marques, convidado) transformaram o ambiente em uma grande roda de “samba muderno e contemporâneo envolvendo pitadas de Jazz”, como se definem. Desde 2003, a proposta do grupo é realizar em palco essa mistura de elementos de jazz aos ritmos tradicionais brasileiros (como baião e frevo).

Capim Seco se apresentará na Virada Cultural de São Paulo com Noca da Portela, no CEU – Inácio Monteiro (R. Barão Barroso do Amazonas, s/nº – COHAB I.Monteiro/Cid. Tiradentes), apresentando o show autoral que será a base para o primeiro CD “Semba”.

Desde 2004, o produtor Felipe Xavier realiza o Vinil Brasil, que já passou por Ouro Preto, Mariana (MG) e Seropédica (RJ).

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Agradecimentos
Ao produtor Felipe Xavier e à Tarciane Andrade e pelo apoio;

Parabenizamos Ana Mendes e os demais artistas que expuseram suas pinturas no Espaço Galpão.

No Ar: Musical Box [8] · O elétrico Rory Gallagher

A sensibilidade do blues, o improviso do jazz e a agitação do rock acompanharam o irlandês Rory Gallagher desde os seus 18 anos, com a banda Taste, formada em 1965 e candidata a melhor power trio inglês. Ele já havia passado pelo grupo Fontana Show Band, mas foi em carreira solo – tocando principalmente com Gerry McAvoy (baixo) – que o guitarrista reconhecido pelas brilhantes performances afirmou seu estilo.

Além da lendária guitarra, os arranjos de violão e gaita o tornaram comparável a grandes nomes da música, como Eric Clapton e Jimi Hendrix.

Com dois discos lançados em 1971 – Rory Gallagher e Deuce -, Gallagher mostrou o modo visceral de tocar sua Fender Stratocaster sem pedais em gravações ao vivo. A sonoridade elétrica compensou a produção restrita, revelou a qualidade dos shows, inspirou o lançamento de Live In Europe, rendeu um disco de platina e o prêmio de músico do ano do jornal Melody Maker.

Foram 16 álbuns com diferentes formações, e que tinham como personagem principal o público. Nas palavras de Gallagher:

Eu amo tocar para o povo. O público significa muito para mim. Não é uma coisa vazia. Eu amo gravar também, mas preciso de um contato regular e frequente com o público, porque ele me dá energia

No Ar: Musical Box
Logo mais às 20h, o Programa Musical Box transmite pela Rádio Universitária 100,7 FM (e pelo site) a energia e o improviso de Rory Gallagher, músico que faleceu em 14 de junho de 1995 e deixou um importante legado para o Rock.

O blues de músicos como Paul Williams e o Progressivo de Gentle Giant, Kansas e Yes completam a programação desta quinta-feira e mantêm o público no clima do Próximo Musical Box Alive, dia 15 de maio, que tem como banda de abertura a viçosense O Quinto (completa a programação o grupo Raulzitles, de Belo Horizonte).

Mi Sangre Latino, Mi Alma Cautiva

Inspirações
O show do grupo Violentango pelo Musical Box in Concert (sexta-feira, 23 de abril) e o contato com colombianos, cubanos e peruanos em Viçosa-MG e São Paulo-SP nos inspirou a mostrar a música Latina a partir de entrevistas, histórias e curiosidades na voz desses compositores e ouvintes.

Identidade Musical
Pela proximidade dos passados históricos, os países latinos constituíram uma unidade na variedade. A riqueza da música revela a história cultural de povos que formaram sua identidade a partir da mistura.

Com influências da música clássica, da polca e da valsa trazidas pelos europeus, unidas aos ritmos africanos preservados pelos escravos e aos sons típicos da tradição indígena, desenvolveram-se estilos que têm como essências o improviso, a espontaneidade, o hibridismo, a alegria, a sensualidade.

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Rica MPB , Puro Rock

De um lado cantigas populares, sons de origem africana, músicas eruditas européias e cantos típicos indígenas. De outro, acordes elétricos, ritmo rápido com marcações da música negra do sul dos EUA e das sonoridades do country: a Música Popular Brasileira (MPB), da bossa nova ao samba, com pitadas de expressão folclórica, nascida ainda no período colonial e o Rock’n Roll, de Elvis Presley ao “new rock”, passando pela distorção e a rebeldia desde a década de 50.

Foi a união das influências e da história que levou ao Espaço Galpão (Viçosa-MG), no dia 16 de abril, o compasso da festa MPB Rock, apresentando Carol Reis e Pura Água como expressão da qualidade e da mistura dos ritmos.

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